Dia 30
de Outubro | Sexta-feira | 30ª Semana do tempo Comum
Evangelho segundo Lucas (14,1-6)
A Leitura Orante da
Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana
com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo
ou em comunidade.
“Ouvir juntos a Palavra
de Deus, praticar a lectio divina, deixar-se
surpreender pela novidade dela, superar a surdez àquilo que não está de acordo
com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da
fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).
Em tempos de
restrições à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de
ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que
este seja um tempo pesado e estéril.
Os textos propostos
são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos podem
escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e
evitem escolher apenas os textos que agradam mais.
Que a Palavra de
Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos
inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos.
(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)
(1) Coloque-se
em atitude de oração
· Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha
o lugar no qual você se sinta bem
· Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda
uma vela e tome a bíblia em suas mãos
· Tome
consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Prepare-se
ouvindo ou cantando o mantra: A Palavra está perto de ti, em tua boca e em
teu coração. (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=BU9zUi4N3Yc)
(2)
Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia
com toda a atenção o texto de Lucas 14,1-6
· Leia
o texto em voz alta (se possível)
· Depois de refutar a ameaça de Herodes,
Jesus prossegue sua caminhada a Jerusalém sem recuar em sua missão
· Convidado por um líder dos fariseus a
uma refeição na casa dele, Jesus dá mais importância a um homem atrofiado que
ao próprio anfitrião
· E, mais uma vez, mostra a hipocrisia deles:
descumprem a lei para salvar um animal mas não o fazem por uma pessoa
· Para Jesus, o imperativo de salvar e
libertar as pessoas concretas não obedece a mapas nem calendários!
· O
que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3)
Medite a Palavra de Deus
· Reconstrua
o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Procure
perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
· Acompanhe Jesus à casa do chefe dos
fariseus, acompanhe seu olhar voltado ao homem doente
· Perceba também o olhar vigilante e
reprovador dos fariseus reunidos em torno da mesa e a indignação de Jesus
· Será que também nós, de algum modo,
não caímos na tentação de “fossilizar” a vontade de Deus ou reduzi-la a
abstratos esquemas e princípios fios e impessoais?
(4)
Reze com o texto lido e meditado
· Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
· Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
· Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
· Louve a Deus pela bondade, compaixão,
liberdade e coragem de Jesus no resgate da vida ameaçada
· Peça a Jesus a graça da coerência
entre fé e vida, de conjugar compaixão e luta, mística e profecia
(5) Contemple
a vida à luz da Palavra
· Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
· O que fazer diante daqueles/as que gritam
e impõem a lei como punição dos pobres e vulneráveis, e não como proteção da
vida?
(6) Retorne
à vida cotidiana
· Se
considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para
ajudar na compreensão do texto lido
· Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração desse dia.
· Recite
ou cante a invocação: Jesus, Boa Notícia de Deus! Tua Palavra guie
os passos meus!
· Ouça
e reze com a canção: Eu acredito que o mundo o menor que padece
acreditar no menor! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=1rhGICFfgsg)
· Apague
a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
“A alegria do
Evangelho é tal que nada e ninguém no-la poderá tirar. Os males do nosso mundo, e também os males da Igreja, não deveriam servir como desculpa para
reduzir a nossa entrega e o nosso ardor” (Papa Francisco, Evangelii Gaudium, 84).
LEITURA
COMPLEMENTAR
Ontem
vimos que, fiel à herança profética, Jesus não muda seu rumo diante da ameaça
de Herodes. Segue intrépido e generoso, sem fazer nada para se proteger. Ele se
se sente na linha dos profetas, e é o Pai, e não Herodes ou seus asseclas, quem
vai dizer quando e como deve dar sua missão por terminada. Por enquanto, ele é
quem decide!
Dito
e feito! Em pleno sábado Jesus desrespeita – de novo! – a lei e, numa refeição
na casa de um dos chefes dos fariseus, cura um homem doente sem que ele tenha
pedido. Ignorando o olhar vigilante dos piedosos judeus, Jesus os provoca a
tomar uma posição. Esta cena inaugura seção das refeições simbólicas (cf. Lc
14,1-24).
A
pergunta de Jesus é direta: “A lei permite curar em dia de sábado, ou não?” E
os fariseus guardam silêncio. Para Jesus, o reino de Deus e a defesa da vida se
impõem, e não tem hora ou lugar. E a lei inspirada por Deus visa garantir o
repouso e assegurar a liberdade e a dignidade dos seus filhos e filhas de Deus.
Se os piedosos judeus descumprem a lei para salvar um animal, não há razão aceitável
para se opor à cura de uma pessoa necessitada.
Na
verdade, Jesus não nega a legitimidade das leis e ordenamentos legais e
religiosos, mas os coloca em uma nova perspectiva. O que fazemos sem problemas
quando estão em jogo nossos interesses (evitar o prejuízo com a morte de um
animal) devemos fazê-lo, mais ainda, em benefício dos outros. Nada de
fossilizar ou reduzir a vontade de Deus a princípios e esquemas abstratos!
Não
nos defendamos da interpelação de Jesus relegando-a ao passado. É permitido ou
não aprovar as uniões homo afetivas? É lícito ocupar latifúndios improdutivos? É
possível compartilhar a eucaristia com outras Igrejas? É aceitável defender a admissão
de mulheres ao ministério?
(Itacir Brassiani msf)
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