segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Leitura Orante do Evangelho 181 (20.10.2020)

Dia 20 de Outubro | Terça-feira | 29ª Semana do Tempo Comum

Evangelho segundo Lucas (12,35-38)

 

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a lectio divina, deixar-se surpreender pela novidade dela, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).

Em tempos de restrições à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e evitem escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos.

 (Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

 

(1)    Coloque-se em atitude de oração

·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração

·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem

·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos

·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·      Prepare-se ouvindo ou cantando: Palavras de salvação somente o céu tem pra dar, por isso meu coração se abre para escutar! (Clique aqui:  https://www.youtube.com/watch?v=n0F2h0BIC54)

 

(2)    Leia o texto da Palavra de Deus

·      Leia com toda a atenção o texto de Lucas 12,35-38

·      Leia o texto em voz alta (se possível)

·      O Reino de Deus é o verdadeiro e desejável tesouro dos discípulos/as, e vivê-lo significa ser rico diante de Deus

·      É preciso ser inteligente e sábio, “investir em fundos seguros”, fazer bolsas que não estragam, viver na lógica do Reino

·      Mas isso não é garantido de um vez por todas: é preciso manter-se ativos e vigilantes, como quem espera a volta de alguém muito querido, e que está demorando

·      Essa é a condição do discípulo/a missionário/a de Jesus no mundo: esperar servindo, servir lutando teimosamente

·      O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

 

(3)    Medite a Palavra de Deus

·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena

·      Retome e reconstrua o fato, a parábola e a conclusão de Jesus

·      Acolha as palavras incisivas de Jesus, deixe-se levar pelas imagens do cinto e da luz

·      Imagine-se dentro da parábola do pessoal da casa que espera a volta do patrão, ansiosos e atentos

·      Identifique as situações em que você cede à tentação de “baixar a guarda”, de simplesmente “levar a vida”

·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

 

(4)    Reze com o texto lido e meditado

·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

·      Peça ao Senhor a graça de uma esperança lúcida e generosa, de manter acesa a lâmpada da fé em meio à escuridão

·      Agradeça a Jesus por ele mesmo servir à mesa os/as discípulos/as vigilantes, fiéis e servidores/as

 

(5)    Contemple a vida à luz da Palavra

·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

 

(6)    Retorne à vida cotidiana

·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido

·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.

·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Boa Notícia de Deus! Tua Palavra guie os passos meus!

·      Ouça e reze com a canção grava pelo Antônio Cardoso: A Verdade vos libertará (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=X0YeYBEM-SI)

·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

“Nunca esqueçamos que onde as palavras humanas se tornam impotentes, porque prevalece o trágico clamor da violência e das armas, a força profética da Palavra de Deus não esmorece e repete-nos que a paz é possível e que devemos, nós mesmos, ser instrumentos de reconciliação e de paz (Bento XVI, Verbum Domini, 104).

 

reflexão complementar

Depois de falar sobre a relação com os bens materiais, subordinando-os à lógica da partilha no horizonte do Reino de Deus, Jesus fala sobre a beleza imerecida e gratuita dos lírios do campo. E adverte os ouvintes: ninguém pode acrescentar nada, por esforço e preocupação, à própria vida. Por fim, pede que os/as discípulos saibam investir em “fundos seguros”, ou seja, no Reino de Deus.

No texto de hoje, o assunto do ensino de Jesus é sobre a espera vigilante. Ele se dirige aos discípulos, e sua fala está marcada pelo tempo pós-pascal, com a crise da espera e da confiança que os discípulos enfrentavam com o adiamento do “retorno” de Jesus. A espera vigilante é essencial para quem segue os passos de Jesus. Ninguém pode, sob nenhum pretexto, “baixar a guarda”. Viver esperando significa viver de espera, mas vigilantes.

Jesus ilustra esta espera ativa com duas imagens (o cinto nos quadris e as lâmpadas acesas) e com três parábolas (das quais hoje meditamos apenas a primeira). Para esperar adequadamente o retorno do patrão da festa de casamento, o pessoal da casa deve estar preparados: acordados, com as lâmpadas da casa acesa e com o cinto apertado. E isso mesmo que a hora for adiantada. Assim, podem abrir a porta, sem demora nem obstáculos. Isso é viver sem desleixo, de modo sábio e responsável.

Se Jesus partiu, ele voltará, pois não foi embora. Disso os discípulos/as não podem duvidar, nem esperar “jogando-se nas cordas”. Precisamos ser como o pessoal da casa. Ele foi celebrar a aliança, e crer nele significa mover-se numa fé vigilante a ativa no serviço. É ela que acende luzes na escuridão e ajuda a caminhar com segurança. A recompensa é a participação na mesa dos/as amados/as de Deus, do povo que ele amou, escolheu e enviou. O próprio Jesus, Servo bom e fiel, os servirá à mesa.

 (Itacir Brassiani msf)

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