Dia 22
de Outubro | Quinta-feira | 29ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Lucas (12,49-53)
A Leitura Orante da
Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana
com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo
ou em comunidade.
“Ouvir juntos a Palavra
de Deus, praticar a lectio divina, deixar-se
surpreender pela novidade dela, superar a surdez àquilo que não está de acordo
com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da
fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).
Em tempos de restrições
à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da
simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um
tempo pesado e estéril.
Os textos propostos
são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos podem
escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e
evitem escolher apenas os textos que agradam mais.
Que a Palavra de
Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente
difíceis, produza bons e abundantes frutos.
(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)
(1) Coloque-se
em atitude de oração
· Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha
o lugar no qual você se sinta bem
· Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda
uma vela e tome a bíblia em suas mãos
· Tome
consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Prepare-se
ouvindo ou cantando: Palavras de salvação somente o céu tem pra
dar, por isso meu coração se abre para escutar! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=n0F2h0BIC54)
(2)
Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia
com toda a atenção o texto de Lucas 12,49-53
· Leia
o texto em voz alta (se possível)
· A urgência do reino de Deus, único
valor absoluto na vida dos/as discípulos/as de Jesus, deve estar acima de tudo
e no coração da vida cristã
· Diante dele, não há acomodação
possível, nem tergiversação aceitável, nem mesmo diante dos vínculos familiares
· Jesus deseja que o Espírito, que
experimentou no batismo derramou no alto do Calvário, incendeie a terra
· É ele que vai relevar o que se esconde
no nosso coração e disfarçamos em muitos dos nossos projetos, vai desfazer
vínculos e criar outros, em torno da justiça do Reino
· O
que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3)
Medite a Palavra de Deus
· Reconstrua
o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Retome e reconstrua o fato, a parábola
e a conclusão de Jesus
· Acolha as palavras incisivas de Jesus,
sem deixar-se assustar por elas, mas também sem esvaziá-las de sua natural
urgência
· Como você vem tentando proporcionar o
encontro entre a justiça e a paz, entre o amor e a fidelidade ao Evangelho?
· Procure
perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
(4)
Reze com o texto lido e meditado
· Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
· Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
· Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
· Peça ao Senhor a graça de ser
purificado/a, iluminado/a e transformado/a pelo fogo do seu Espírito
· Permita que sua vida seja um fogo que
acenda outros fogos, um testemunho que desperte e confirme a dignidade de
muitos/as
(5) Contemple
a vida à luz da Palavra
· Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
(6) Retorne
à vida cotidiana
· Se
considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para
ajudar na compreensão do texto lido
· Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração desse dia.
· Recite
ou cante a invocação: Jesus, Boa Notícia de Deus! Tua Palavra guie
os passos meus!
· Ouça
e reze com a canção grava pelo Antônio Cardoso: A Verdade vos libertará (Clique
aqui: https://www.youtube.com/watch?v=X0YeYBEM-SI)
· Apague
a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
“Fiel ao
modelo do Mestre, é vital que hoje a
Igreja saia para anunciar o Evangelho a todos, em todos os lugares, em todas as
ocasiões, sem demora, sem repugnâncias e sem medo. A alegria do Evangelho é
para todo o povo, não se pode excluir ninguém” (Francisco, Evangelii Gaudium, 23).
LEITURA COMPLEMENTAR
No
trecho de ontem, fomos advertidos por Jesus para que não aconteça que, mesmo
conhecendo a vontade de Deus, vivamos “na sombra e água fresca”, não preparemos
nada e nos comportemos como chefes violentos e sem compromisso, prontos a
beber, dominando com violência e discriminando. O foco de hoje é outro, mas a
tensão para a construção do Reino de Deus e o tom de urgência continuam.
A
imagem à qual Jesus recorre, assim como sua primeira afirmação, assustam,
especialmente as pessoas que querem reduzir a proposta de Jesus a um inocente
“paz e amor”. Ele diz que não vem trazer paz, e sim divisão; que não veio
apagar os incêndios da ira, mas espalhar o fogo. E espera que seus
discípulos/as façamos o mesmo!
Na
perspectiva de Jesus, a paz que todos desejamos é fruto difícil do abraço com a
justiça, resultado de uma escolha difícil e exigente. Não há paz que mereça
este nome fora do âmbito da justiça do reino de Deus, que se mostra na
compaixão solidária com as vítimas e todas as pessoas excluídas e
marginalizadas. Não pode ser fruto da contemporização com o mal e a injustiça.
Jesus
diz que veio lançar fogo na terra, porque o fogo do Espírito, experimentado no
batismo e manifestado na fidelidade até à cruz, revela, distingue e purifica
nossas intenções e projetos. É o dom de si mesmo, feito de uma vez por todas no
alto do Calvário, que inunda o mundo qual enxurrada, que espalha o fogo como um
fogo que acende mil outros focos de incêndio.
As
várias manifestações da divisão das quais fala Jesus, não são frutos de um
desejo doentio ou violento, mas consequências de posicionamento contra a ordem
e os hábitos dominantes. Nossa lealdade com a novidade e a justiça do Reino de
Deus está acima dos laços familiares!
(Itacir
Brassiani msf)
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