quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Leitura Orante do Evangelho 183 (22.10.2020)

Dia 22 de Outubro | Quinta-feira | 29ª Semana do Tempo Comum

Evangelho segundo Lucas (12,49-53)

 

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a lectio divina, deixar-se surpreender pela novidade dela, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).

Em tempos de restrições à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e evitem escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos.

 (Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

 

(1)    Coloque-se em atitude de oração

·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração

·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem

·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos

·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·      Prepare-se ouvindo ou cantando: Palavras de salvação somente o céu tem pra dar, por isso meu coração se abre para escutar! (Clique aqui:  https://www.youtube.com/watch?v=n0F2h0BIC54)

 

(2)    Leia o texto da Palavra de Deus

·      Leia com toda a atenção o texto de Lucas 12,49-53

·      Leia o texto em voz alta (se possível)

·      A urgência do reino de Deus, único valor absoluto na vida dos/as discípulos/as de Jesus, deve estar acima de tudo e no coração da vida cristã

·      Diante dele, não há acomodação possível, nem tergiversação aceitável, nem mesmo diante dos vínculos familiares

·      Jesus deseja que o Espírito, que experimentou no batismo derramou no alto do Calvário, incendeie a terra

·      É ele que vai relevar o que se esconde no nosso coração e disfarçamos em muitos dos nossos projetos, vai desfazer vínculos e criar outros, em torno da justiça do Reino

·      O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

 

(3)    Medite a Palavra de Deus

·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena

·      Retome e reconstrua o fato, a parábola e a conclusão de Jesus

·      Acolha as palavras incisivas de Jesus, sem deixar-se assustar por elas, mas também sem esvaziá-las de sua natural urgência

·      Como você vem tentando proporcionar o encontro entre a justiça e a paz, entre o amor e a fidelidade ao Evangelho?

·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

 

(4)    Reze com o texto lido e meditado

·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

·      Peça ao Senhor a graça de ser purificado/a, iluminado/a e transformado/a pelo fogo do seu Espírito

·      Permita que sua vida seja um fogo que acenda outros fogos, um testemunho que desperte e confirme a dignidade de muitos/as

 

(5)    Contemple a vida à luz da Palavra

·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

 

(6)    Retorne à vida cotidiana

·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido

·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.

·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Boa Notícia de Deus! Tua Palavra guie os passos meus!

·      Ouça e reze com a canção grava pelo Antônio Cardoso: A Verdade vos libertará (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=X0YeYBEM-SI)

·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

 

Fiel ao modelo do Mestre, é vital que hoje a Igreja saia para anunciar o Evangelho a todos, em todos os lugares, em todas as ocasiões, sem demora, sem repugnâncias e sem medo. A alegria do Evangelho é para todo o povo, não se pode excluir ninguém (Francisco, Evangelii Gaudium, 23).

 

LEITURA COMPLEMENTAR

No trecho de ontem, fomos advertidos por Jesus para que não aconteça que, mesmo conhecendo a vontade de Deus, vivamos “na sombra e água fresca”, não preparemos nada e nos comportemos como chefes violentos e sem compromisso, prontos a beber, dominando com violência e discriminando. O foco de hoje é outro, mas a tensão para a construção do Reino de Deus e o tom de urgência continuam.

A imagem à qual Jesus recorre, assim como sua primeira afirmação, assustam, especialmente as pessoas que querem reduzir a proposta de Jesus a um inocente “paz e amor”. Ele diz que não vem trazer paz, e sim divisão; que não veio apagar os incêndios da ira, mas espalhar o fogo. E espera que seus discípulos/as façamos o mesmo!

Na perspectiva de Jesus, a paz que todos desejamos é fruto difícil do abraço com a justiça, resultado de uma escolha difícil e exigente. Não há paz que mereça este nome fora do âmbito da justiça do reino de Deus, que se mostra na compaixão solidária com as vítimas e todas as pessoas excluídas e marginalizadas. Não pode ser fruto da contemporização com o mal e a injustiça.

Jesus diz que veio lançar fogo na terra, porque o fogo do Espírito, experimentado no batismo e manifestado na fidelidade até à cruz, revela, distingue e purifica nossas intenções e projetos. É o dom de si mesmo, feito de uma vez por todas no alto do Calvário, que inunda o mundo qual enxurrada, que espalha o fogo como um fogo que acende mil outros focos de incêndio.

As várias manifestações da divisão das quais fala Jesus, não são frutos de um desejo doentio ou violento, mas consequências de posicionamento contra a ordem e os hábitos dominantes. Nossa lealdade com a novidade e a justiça do Reino de Deus está acima dos laços familiares!

 (Itacir Brassiani msf)

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