Dia 05
de Outubro | Segunda-feira | 27ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Lucas (10,25-37)
A Leitura Orante da
Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana
com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo
ou em comunidade.
“Ouvir juntos a Palavra
de Deus, praticar a lectio divina, deixar-se
surpreender pela novidade dela, superar a surdez àquilo que não está de acordo
com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da
fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).
Em tempos de
restrições à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de
ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que
este seja um tempo pesado e estéril.
Os textos propostos
são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos podem
escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e
evitem escolher apenas os textos que agradam mais.
Que a Palavra de
Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos
inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos.
(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)
(1) Coloque-se
em atitude de oração
· Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha
o lugar no qual você se sinta bem
· Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda
uma vela e tome a bíblia em suas mãos
· Tome
consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Prepare-se
ouvindo ou cantando: Eis-me aqui, Senhor! Eis-me aqui, Senhor! /:
Pra fazer tua vontade, pra viver do teu; pra fazer tua vontade, pra viver do
teu amor :/Eis-me aqui, Senhor! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=n6JtRdBpUNU)
(2)
Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia
com toda a atenção o texto de Lucas 10,25-37
· Leia
o texto em voz alta (se possível)
· Releia
o texto uma ou mais vezes (se necessário)
· Depois de corrigir o entusiasmo
infantil dos seus discípulos/as missionários, Jesus é procurado por um doutor
da lei
· Ele pergunta a Jesus o que deve fazer
para merecer a vida eterna, mas, por trás, está a pergunta sobre quem é o
próximo
· Jesus não discute, e responde com uma
parábola, no final da qual inverte a pergunta e interroga sobre o sujeito do
amor
· Com isso, Jesus não oferece uma nova
lei, melhor que as antigas, mas uma nova perspectiva para viver o amor
· O
que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3)
Medite a Palavra de Deus
· Reconstrua
o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Releia atentamente o texto, observando
a astúcia do escriba e a sabedoria de Jesus
· Visualize a cena da parábola e
participe dela, lembrando que os samaritanos eram desprezados e os sacerdotes
idealizados
· Será que nós também não nos distraímos
e dispensamos do amor ao próximo em discussões estéreis sobre quem são eles?
· Em que medida nós e nossas comunidades
não deixamos de lado a compaixão para priorizar as leis e o culto?
· Procure
perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
(4)
Reze com o texto lido e meditado
· Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
· Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
· Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
(5) Contemple
a vida à luz da Palavra
· Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
(6) Retorne
à vida cotidiana
· Se
considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para
ajudar na compreensão do texto lido
· Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração desse dia.
· Recite
ou cante a invocação: Jesus, Boa Notícia de Deus! Tua Palavra guie
os passos meus!
· Ouça
e reze com a canção: Senhor, o que queres que eu faça? Senhor,
que o queres de mim? Mostra-me os teus caminhos! Senhor, o que queres de mim? (Clique
aqui: https://www.youtube.com/watch?v=L5pYev7l4vY)
· Apague
a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
“Neste contexto (de pandemia), o
chamado à missão, o convite a sair de si mesmo por amor de Deus e do próximo é
oportunidade de partilha, serviço, intercessão. A missão que Deus confia a cada
um nos faz passar do “eu” medroso e fechado ao “eu” resoluto e renovado pelo
dom de si” (Papa
Francisco).
ELEMENTOS
COMPLEMENTARES
À
pergunta sobre como ganhar a vida eterna corresponde a ideia de salvação. E a
discussão que perpassa os evangelhos é sobre o caminho mais direto e seguro
para salvação: seria a submissão à lei, como ensinavam os escribas e fariseus,
ou haveria outro caminho?
Para
Jesus, o caminho da salvação não passa pelo cumprimento escrupuloso da lei mas
pela compaixão para com as vítimas e sofredores, mediante ações concretas de
solidariedade, sem lugar para a indiferença para com o sofrimento humano. Para
ele, o amor pleno a Deus se concretiza na ação em benefício das pessoas
necessitadas.
Esta
é a reposta de Jesus à pergunta do doutor da lei. Mas, a pergunta do homem da
lei esconde a verdadeira discussão sobre, que é sobre quem é o nosso próximo.
Jesus não acrescenta mais uma norma ao monte de leis que existiam, mas
estabelece uma perspectiva nova e exigente: a aproximação e o socorro a quem
mais necessita.
Para
Jesus, a solidariedade concreta e desinteressada substituiu e vale mais que
culto e a lei. E o samaritano – considerado herético, bastardo e impuro pelos
judeus – está mais próximo de Deus que o sacerdote e o levita, porque se
aproxima da pessoa ferida e é capaz de compaixão, enquanto que o sacerdote e o
levita se afastam dela e se mostram indiferentes.
Jesus
inverte a pergunta do escriba e pergunta pelo sujeito e não pelo objeto do
amor. Com a parábola Jesus não quer apresentar apenas um belo exemplo, mas
abrir uma nova perspectiva. O amor concreto é solicitado, definido e na nossa
resposta à pessoa necessitada, que pode ser até inimiga. O amor nos faz livres
e criativos! O paradoxo é que o protótipo do amor salvífico é a pessoa mais
desprezada, e o doutor da lei deve imitá-lo.
(Itacir
Brassiani msf)
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