domingo, 18 de outubro de 2020

Leitura Orante do Evangelho 180 (19.10.2020)

Dia 19 de Outubro | Segunda-feira | 29ª Semana do tempo Comum

Evangelho segundo Lucas (12,13-21)

 

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a lectio divina, deixar-se surpreender pela novidade dela, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).

Em tempos de restrições à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e evitem escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos.

 (Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

 

(1)    Coloque-se em atitude de oração

·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração

·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem

·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos

·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·      Prepare-se ouvindo ou cantando: Palavras de salvação somente o céu tem pra dar, por isso meu coração se abre para escutar! (Clique aqui:  https://www.youtube.com/watch?v=n0F2h0BIC54)

 

(2)    Leia o texto da Palavra de Deus

·      Leia com toda a atenção o texto de Lucas 12,13-21

·      Leia o texto em voz alta (se possível)

·      Esta parábola de Jesus está inserida no contexto do seu ensino sobre a transcendência do compromisso com Jesus e o Reino

·      Um conflito familiar sobre a partilha da herança é a oportunidade que Jesus encontra para falar do problema da ganância e da confiança absoluta nos próprios recursos

·      Usufruir dos bens com sabedoria significa subordiná-los à vivência da solidariedade e da justiça do Reino de deus

·      O Reino de Deus é o verdadeiro e desejável tesouro dos discípulos/as, e vive-lo significa ser rico diante de Deus

·      O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

 

(3)    Medite a Palavra de Deus

·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena

·      Retome e reconstrua o fato, a parábola e a conclusão de Jesus

·      Como é sua relação com os bens e o consumo: ganância e consumo frenético ou desapego e liberdade?

·      Como você, sua família e sua comunidade podem cultivar a sabedoria e serem ricos diante de Deus?

·      Qual seria a postura pastoral mais sensata e adequada da Igreja diante das pessoas que só pensam em acumular e consumir, sem nenhuma preocupação com os outros e com a sustentabilidade do planeta?

·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

 

(4)    Reze com o texto lido e meditado

·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

 

(5)    Contemple a vida à luz da Palavra

·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·      Como evitar que o consumo voraz e a acumulação doentia coexistam sem problemas com a fé e a pertença à Igreja?

 

(6)    Retorne à vida cotidiana

·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido

·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.

·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Boa Notícia de Deus! Tua Palavra guie os passos meus!

·      Ouça e reze com a canção grava pelo Antônio Cardoso: A Verdade vos libertará (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=X0YeYBEM-SI)

·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

 

“Não podemos guardar para nós as palavras de vida eterna que recebemos no encontro com Jesus Cristo: são para todos, para cada homem e mulher. Cada pessoa do nosso tempo tem necessidade deste anúncio (Bento XVI, Verbum Domini, 91).

 

LEITURA COMPLEMENTAR

Uma pessoa anônima se destaca do meio da multidão e interpela Jesus para que seja árbitro numa disputa de herança com seu irmão. Não dá para saber exatamente qual é o conflito, mas isso não é o mais importante. Jesus aproveita esta situação para desenvolver uma questão muito importante para o/a discípulo/a do Reino de Deus: a relação com os bens e o consumo.

Na perspectiva de Jesus, a vida humana não é assegurada pela propriedade de bens, e a felicidade não depende do consumo. A primazia do Reino de Deus e sua justiça supõe uma relação de liberdade e gozo sereno e equilibrado dos bens. É isso que significa viver com sabedoria. Partindo da disputa entre os dois irmãos, Jesus recorre a uma parábola para ilustrar essa questão.

Mas antes de apresentar a parábola, Jesus adverte seus discípulos/as sobre o perigo da ganância, do desejo de ter e de consumir sempre mais. E o personagem do homem rico da parábola demonstra que isso é loucura e insensatez. Diante de uma grande e inesperada colheita, o homem não pensa noutra coisa senão num modo de entesourar bens e assegurar uma vida tranquila. Como se não existisse ninguém além dele na face da terra.

Ninguém além dele mesmo entra nos seus planos. Ele não dialoga com ninguém. Fala consigo mesmo. Nem a família interessa. Como o outro rico da parábola, não consegue ver nenhum Lázaro à sua porta. A muitos isso parece demonstração de inteligência e sabedoria. Mas, na perspectiva do Reino de Deus, não passa de uma loucura.

O que Jesus propõe a seus discípulos/as é muito diferente: precisamos ser ricos diante de Deus, plenos de compaixão, partilha e solidariedade, buscar o Reino de Deus e sua justiça. Somente isso que nos fará felizes.

 (Itacir Brassiani msf)

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