Dia 17
de Outubro | Sábado | 28ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Lucas (12,8-12)
A Leitura Orante da
Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana
com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo
ou em comunidade.
“Ouvir juntos a Palavra
de Deus, praticar a lectio divina, deixar-se
surpreender pela novidade dela, superar a surdez àquilo que não está de acordo
com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da
fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).
Em tempos de restrições
à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da
simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um
tempo pesado e estéril.
Os textos propostos
são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos podem
escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e
evitem escolher apenas os textos que agradam mais.
Que a Palavra de
Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente
difíceis, produza bons e abundantes frutos.
(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)
(1) Coloque-se
em atitude de oração
· Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha
o lugar no qual você se sinta bem
· Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda
uma vela e tome a bíblia em suas mãos
· Tome
consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Prepare-se
ouvindo ou cantando: Palavras de salvação somente o céu tem pra
dar, por isso meu coração se abre para escutar! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=n0F2h0BIC54)
(2)
Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia
com toda a atenção o texto de Lucas 12,8-12
· Leia
o texto em voz alta (se possível)
· Depois de ter criticado duramente os
fariseus e mestres da lei, Jesus se dirigiu aos discípulos, pedindo que fossem
diferentes
· Insistiu na coerência e transparência,
na confiança e na perseverança, e no testemunho destemido do Evangelho
· No texto de hoje, Jesus continua sua
exortação ao testemunho corajoso e perseverante, com uma advertência
· O fechamento, o apego e o medo de dar
testemunho de Jesus e seu Evangelho é coisa grave, é pecado contra o Espírito
· Jesus e seus discípulos/as são
testemunhas recíprocas no embate com as forças da opressão e da dominação
· O
que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3)
Medite a Palavra de Deus
· Reconstrua
o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Retome esta exortação missionária de
Jesus palavra por palavra, frase por frase
· Identifique situações concretas nas
quais, por medo ou acomodação, os cristãos não dão testemunho do Evangelho
· Recorde e medite o testemunho corajoso
e maduro que Santo Inácio de Antioquia nos deixou, no início do cristianismo
· Procure
perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
(4)
Reze com o texto lido e meditado
· Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
· Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
· Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
· Peça a Jesus a corajosa generosidade
do testemunho, em favor dos/as missionários/as conhecidos/as e de você mesmo/a
(5) Contemple
a vida à luz da Palavra
· Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
· O que fazer para evitar o pecado
contra o Espírito Santo e manter vivo o testemunho da verdade e da
solidariedade?
(6) Retorne
à vida cotidiana
· Se
considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar
na compreensão do texto lido
· Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração desse dia.
· Recite
ou cante a invocação: Jesus, Boa Notícia de Deus! Tua Palavra guie
os passos meus!
· Ouça
e reze com a canção: Pão em todas as mesas! Da páscoa nova, a
certeza: a festa haverá, e o povo a cantar: Aleluia! (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=X0YeYBEM-SI)
· Apague
a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
“A Igreja não pode limitar-se a uma pastoral
de manutenção, voltada àqueles/as que já conhecem o Evangelho de Cristo. O ardor missionário é um sinal claro da
maturidade de uma comunidade eclesial. A todos/as a Igreja se sente
devedora da missão de anunciar a Palavra que salva” (Bento XVI, Verbum Domini, 91).
Subsídio e complemento
O núcleo da perícope de hoje é o testemunho da pessoa e do
Evangelho de Jesus Cristo. Ela prossegue o trecho de ontem, no qual Jesus
sublinhava a necessidade de vencer o fermento da hipocrisia, de confiar
incondicionalmente no amor e no socorro do Pai, de não ter medo, de anunciar o
Evangelho com clareza e sem nenhuma restrição.
É como se a vida do/a discípulo/a missionário/a se inscrevesse num
processo judicial, no qual é testemunha de Jesus e Jesus é sua testemunha. Não
há nada a temer, e precisamos testemunhar a verdade do amor compassivo de Deus
pela humanidade ferida e oprimida. Quem fizer isso, com liberdade, generosidade
e perseverança, pode contar com o testemunho do próprio Cristo a seu favor.
É neste contexto que pode ocorrer a blasfêmia contra o Espírito
Santo, dinamismo divino presente na encarnação e na missão de Jesus. Blasfemar
contra o Espírito significa não testemunhar, ou negar publicamente, a ação
libertadora de Deus em Jesus e no mundo. Ou, pior ainda, culpar Deus pelos
males que ferem seus filhos e filhas.
Este medo de testemunhar está ligado ao medo diante daqueles que
matam o corpo, ao amor próprio e arrogante que leva a um fechamento consciente
e grave à vontade do Pai e ao dinamismo transformador do Reino de Deus. Mais
que uma palavra maldita ou um pensamento irresponsável, a blasfêmia é a
expressão de uma atitude contrária ao testemunho corajoso e perseverante de
Jesus.
Quem segue Jesus e deixa-se guiar por seu Espírito, não precisa se
preocupar com a autodefesa diante dos tribunais, palanques e academias. O Espírito
inspira e sustenta seu testemunho lúcido, maduro e corajoso.
(Itacir
Brassiani msf)
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