Dia 18
de Outubro | Domingo | Dia Mundial das Missões
Evangelho segundo Mateus (22,15-21)
A Leitura Orante da
Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana
com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo
ou em comunidade.
“Ouvir juntos a Palavra
de Deus, praticar a lectio divina, deixar-se
surpreender pela novidade dela, superar a surdez àquilo que não está de acordo
com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da
fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).
Em tempos de restrições
à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da
simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um
tempo pesado e estéril.
Os textos propostos
são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos podem
escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e
evitem escolher apenas os textos que agradam mais.
Que a Palavra de
Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos
inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos.
(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)
(1) Coloque-se
em atitude de oração
· Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha
o lugar no qual você se sinta bem
· Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda
uma vela e tome a bíblia em suas mãos
· Tome
consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Prepare-se
ouvindo ou cantando: Palavras de salvação somente o céu tem pra
dar, por isso meu coração se abre para escutar! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=n0F2h0BIC54)
(2)
Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia
com toda a atenção o texto de Mateus 22,15-21
· Leia
o texto em voz alta (se possível)
· Esta narrativa está inserida na série
de confrontos que Jesus tem com as autoridades do judaísmo na sua última e
derradeira semana em Jerusalém
· O debate não é propriamente sobre o
pagamento de impostos, mas sobre a pretensão de domínio absoluto sobre o povo
que povoa a mente dos poderosos de plantão
· Afirmando que o povo pertence a Deus,
Jesus o subtrai dessa pretensão dos chefes políticos e religiosos
· O
que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3)
Medite a Palavra de Deus
· Reconstrua
o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Retome e reconstrua o texto,
percebendo a bajulação interesseira e a armadilha maliciosa que os fariseus e
herodianos preparam para Jesus
· Procure entender o sentido profundo e
atual da ordem de “dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”
· Evite a tentação da ideologia
burguesa, que pretende separar a fé e a política, como se a fé não fosse sal e
fermento
· Perceba como a vida de Jesus demonstra
exatamente o inverso
· Procure
perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
(4)
Reze com o texto lido e meditado
· Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
· Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
· Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
· Peça a Jesus que, à luz do Evangelho,
os/as missionários/as saibam discernir os caminhos da transformação da política
(5) Contemple
a vida à luz da Palavra
· Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
· Como evitar ou vencer o silêncio
cômodo e incômodo dos cristãos diante do poder abusivo de capitalistas e
ditadores?
(6) Retorne
à vida cotidiana
· Se
considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para
ajudar na compreensão do texto lido
· Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração desse dia.
· Recite
ou cante a invocação: Jesus, Boa Notícia de Deus! Tua Palavra guie
os passos meus!
· Ouça
e reze com a canção grava pelo Antônio Cardoso: A Verdade vos libertará (Clique
aqui: https://www.youtube.com/watch?v=X0YeYBEM-SI)
· Apague
a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
“Celebrar
o Dia Mundial das Missões significa reiterar que a oração, a reflexão e a ajuda material das
vossas ofertas são oportunidades para participar ativamente na missão de Jesus
mediante sua Igreja” (Papa
Francisco).
LEITURA
COMPLEMENTAR
O profeta Isaías apresenta o
Imperador Ciro como quem abriu a possibilidade para o povo de Israel retornar
da Babilônia para a terra natal. Ciro é chamado “messias” (Is 40,1). Embora em alguns
momentos os imperadores possam parecer instrumentos de Deus, a história atesta
que, em muitas ocasiões, a fé e a Igreja foram por eles manipuladas como
instrumentos de opressão do povo.
A
narrativa da discussão sobre o pagamento de impostos ao imperador é um dos
eixos que percorrem os Evangelho Sinóticos, mas Mateus a insere dentro de um conjunto que acontece num único
dia: a última semana de Jesus em Jerusalém, que se inicia como a maldição da
figueira e reúne uma série de confrontos com os “anciãos do povo”, os fariseus,
os escribas, os herodianos e os saduceus.
A
comunidade de Mateus sublinha que os herodianos (braço político do Império
Romano) foram enviados pelos fariseus (braço religioso do Império) para armar
uma cilada a Jesus. Seguindo a denúncia que é feita ao longo do Evangelho,
destaca o mal que é feito quando a fé é usada como instrumento de opressão e
repressão. E também chama os fariseus de maldosos, não apenas de hipócritas.
Na
polêmica com herodianos e fariseus, Jesus não discute sobre impostos, mas sobre
o domínio absoluto dos reis e imperadores sobre o povo, querendo se passarem
como deuses e salvadores. O povo pertence a Deus, que quer seus filhos vivendo
plenamente. Os imperadores pensam apenas em si mesmos, em ampliar o poder
infinitamente.
Na
1ª Carta aos Tessalonicenses (uma
das primeiras cartas do apóstolo), Paulo lembra que não devemos cair na
tentação da aliança com os que dominam e oprimem, mas buscar a prática do
Evangelho que tenha coerência na práxis e não apenas em palavras.
(Equipe
de Biblistas da ESTEF)
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