terça-feira, 20 de outubro de 2020

Leitura Orante do Evangelho 182 (21.10.2020)

Dia 21 de Outubro | Quarta-feira | 29ª Semana do tempo Comum

Evangelho segundo Lucas (12,39-48)

 

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a lectio divina, deixar-se surpreender pela novidade dela, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).

Em tempos de restrições à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e evitem escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos.

 (Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

 

(1)    Coloque-se em atitude de oração

·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração

·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem

·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos

·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·      Prepare-se ouvindo ou cantando: Palavras de salvação somente o céu tem pra dar, por isso meu coração se abre para escutar! (Clique aqui:  https://www.youtube.com/watch?v=n0F2h0BIC54)

 

(2)    Leia o texto da Palavra de Deus

·      Leia com toda a atenção o texto de Lucas 12,39-48

·      Leia o texto em voz alta (se possível)

·      A condição do discípulo/a missionário/a de Jesus no mundo é esperar servindo, servir lutando teimosamente

·      Deixando de lado a preocupação sobre o dia e a hora em que a libertação total despontará, ele/a se dedica a servir

·      Sabendo que na comunidade cristã não há função ou cargo definitivo e que todos/as são iguais, não cede à tentação de se colocar acima dos/as demais e de agir com violência

·      Isso vale para todos/as os/as aqueles/as que seguem Jesus, mas aqueles que estão à frente tem mais responsabilidade

·      O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

 

(3)    Medite a Palavra de Deus

·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena

·      Retome e reconstrua o fato, a parábola e a conclusão de Jesus

·      Acolha as palavras incisivas de Jesus, deixe-se inspirar pelas parábolas do ladrão e do administrador

·      Imagine-se dentro das parábolas, vigilante para não ser surpreendido dormindo, ativo e serviçal aos iguais

·      Você seria capaz de perceber situações em que você e a comunidade estão “baixando a guarda” ou agindo como se, à luz do Evangelho, não fôssemos todos iguais?

·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

 

(4)    Reze com o texto lido e meditado

·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

·      Peça ao Senhor a graça de viver e partilhar uma esperança lúcida e generosa, solidária e igualitária

 

(5)    Contemple a vida à luz da Palavra

·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

 

(6)    Retorne à vida cotidiana

·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido

·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.

·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Boa Notícia de Deus! Tua Palavra guie os passos meus!

·      Ouça e reze com a canção grava pelo Antônio Cardoso: A Verdade vos libertará (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=X0YeYBEM-SI)

·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

 

“Nunca esqueçamos que onde as palavras humanas se tornam impotentes, porque prevalece o trágico clamor da violência e das armas, a força profética da Palavra de Deus não esmorece e repete-nos que a paz é possível e que devemos, nós mesmos, ser instrumentos de reconciliação e de paz (Bento XVI, Verbum Domini, 104).

 

REFLEXÃO COMPLEMENTAR

O Reino de Deus virá, e nenhum/a discípulo/a de Jesus pode duvidar, nem esperar “jogando-se nas cordas”. Precisamos ser como o pessoal da casa que espera o chefe voltar de uma festa, movendo-se numa fé vigilante e acendendo luzes na escuridão para caminhar com segurança. É isso que Jesus nos ensinava no evangelho de ontem.

Hoje, ele amplia essa lição, comparando a irrupção do Reino de Deus com a ação de um ladrão experto: ele chega improvisamente e num momento inesperado. Esperamos Jesus vigilantes, como quem não gosta de ser surpreendido por um ladrão noturno. A caminhada de fé é uma existência aberta ao futuro, na espera de um encontro. O dia e a hora, ninguém sabe, e isso importa menos.

Em nome de todos/as os/as discípulos/as, Pedro pergunta se Jesus está dizendo isso a eles ou ao povo. Jesus não responde diretamente, mas deixa entender que a espera vigilante e militante é a marca de toda pessoa que nele crê, mas quem recebeu mais, quem o segue mais de perto, tem maior responsabilidade. Estes são como o administrador fiel a quem Jesus confia o cuidado de todo o “pessoal da casa”.

A comunidade cristã é a “casa de Deus”, abrigo seguro do povo de Deus, e os administradores (ministros) não podem deixar-se levar pela preguiça, pelas comodidades, abusando do poder e descuidando-se daquilo que é essencial. Como a tarefa do administrador da parábola, os ministérios e estruturas são transitórios, e, na Igreja, todos são servos e irmãos, ninguém é chefe.

Não aconteça que nós, mesmo conhecendo a vontade de Deus, vivamos “na sombra e água fresca”, não preparemos nada e agimos como chefes sem compromisso e violentos, prontos a beber, dominando com violência e discriminando.

 (Itacir Brassiani msf)

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