Dia 12
de Outubro | Segunda-feira | Solenidade de Nossa Senhora Aparecida
Evangelho segundo João (2,1-11)
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um
exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus.
Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.
Em tempos de restrições à convivência e à movimentação
social, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de
celebrações virtuais e uma forma evitar
que este seja um tempo pesado e estéril.
Os textos que
propomos são aqueles indicados pela
Igreja para a liturgia diária. O grupos organizados podem escolher outros
textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e evitem escolher
apenas os textos que agradam mais.
Que a Palavra de Deus encontre em cada
um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses
tempos inesperadamente difíceis, produza
bons e abundantes frutos.
(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)
(1) Coloque-se
em atitude de oração
· Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha
o lugar no qual você se sinta bem
· Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda
uma vela e tome a bíblia em suas mãos
· Tome
consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Reze,
ouvindo ou cantando: Santa Mãe Maria, nesta travessia, cubra-nos
teu manto cor de anil... (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=1hG6f8BLYNk)
(2)
Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia
com toda a atenção o texto de João 2,1-11
· Leia
o texto em voz alta (se possível)
· Releia
o texto uma ou mais vezes (se necessário)
· Com este texto de João, a Igreja quer
iluminar a festa de Nossa Senhora Aparecida
· João nos apresenta a Mãe de Jesus
presente na vida do seu povo, partilhando suas alegrias, atenta às suas
necessidades
· Ela não chama a atenção sobre si, mas
sobre a tragédia que ameaça arruinar a alegria do seu povo
· E nos ensina que a solução para as
crises e carências que ferem está em fazer o que Jesus fez e pede que façamos
· Feche
a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em
si mesmo?
(3)
Medite a Palavra de Deus
· Reconstrua
o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· O que Maria disse silenciosamente ao
Brasil que escravizava os negros quando encontraram sua imagem de cor negra?
· O que Maria está dizendo hoje, quando
a indiferença, intolerância e a violência contra negros, indígenas, migrantes e
outras minorias brotam por todos os lados?
· Daquilo que Jesus fez e pede que
façamos, o que é indispensável para resgatar a dignidade dos marginalizados e
oprimidos?
· Procure
perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
(4)
Reze com o texto lido e meditado
· Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
· Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
· Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
· Reze a Ave Maria, recordando as cenas
evangélicas às quais se referem e deixando que cada palavra da oração ressoe
profundamente em você
(5) Contemple
a vida à luz da Palavra
· Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· O que poderíamos fazer para evitar que
Nossa Senhora Aparecida seja capturada pelo nacionalismo estreito e doentio e
seja recolocada no lugar profético que sua manifestação ocupa?
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
(6) Retorne
à vida cotidiana
· Se
considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para
ajudar na compreensão do texto lido
· Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração desse dia.
· Recite
ou cante a invocação: Jesus, Evangelho de Deus! Tua Palavra guie
os passos meus!
· Cante
ou ouça a bela canção de Renato Teixeira: Sou caipira, Pirapora, Nossa Senhora de
Aparecida... Ilumina a mina escura e funda, o trem da minha vida! (Clique
aqui: https://www.youtube.com/watch?v=1BR3BBPm_cQ)
· Apague
a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
“A Palavra de Deus impele a pessoa relações animadas pela retidão e pela
justiça, confirma o valor precioso aos olhos de Deus de todas as fadigas
humanas para tornar o mundo mais justo e habitável. A própria Palavra de Deus
denuncia as injustiças e promove a solidariedade e a igualdade” (Bento XVI, Verbum Domini, 100).
ELEMENTOS
COMPLEMENTARES
Este casamento narrado por João é um entre
tantos que aconteciam no tempo de Jesus, e Caná é um lugar insignificante. Mas Jesus,
seus discípulos, seus parentes e sua mãe estavam lá. A mãe de Jesus percebe a
carência e avisa o filho. Seu olhar é justo e adequado, e não manifesta nenhuma
ironia ou crítica.
Notar que o vinho acabou significa perceber a
esterilidade da velha aliança, que a crise entre o povo e Deus chegara ao
ápice. Na observação de Maria ressoa a voz desolada de um povo que percebe que
a alegria da aliança está se exaurindo. Respondendo à mãe com o substantivo
“mulher”, Jesus parece não dar importância pública aos laços de parentesco.
Maria é uma mulher seduzida pelo mistério de
Deus. A ele e à sua vontade havia dado seu consentimento. Ela nos ensina que,
para ser discípulos/as de Jesus, é necessário aderir a ele, aprender com ele, e
fazer o que ele pede. É preciso passar da nossa vontade à vontade de Deus,
permitir que nossa vida seja radicalmente transformada.
Jesus lança mão de 6 jarras de pedra (imagem
que nos remete à Lei e o número aos 6 dias da criação), mas aparentemente não
faz nada. Os serventes fazem o que Jesus pede, e a água acaba misteriosamente transformada
em vinho. Fazendo isso, Jesus se revela como o verdadeiro noivo, e é a
humanidade inteira que se beneficia das antigas promessas. Em Jesus, Deus faz
aliança com a humanidade e lhe comunica a vida abundante.
Maria é mediadora desse milagre da vida.
Assumindo a pele negra dos negros escravizados, Maria proclama, sem palavras
mas com eloquência, a dignidade deles. E ainda hoje convoca o povo brasileiro a
se unir em torno da defesa das pessoas e grupos sociais marginalizados.
(Itacir Brassiani msf)
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