Dia 26
de Outubro | Segunda-feira | 30ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Lucas (13,10-17)
A Leitura Orante da
Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana
com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo
ou em comunidade.
“Ouvir juntos a Palavra
de Deus, praticar a lectio divina, deixar-se
surpreender pela novidade dela, superar a surdez àquilo que não está de acordo
com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da
fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).
Em tempos de restrições
à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da
simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um
tempo pesado e estéril.
Os textos propostos
são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos podem
escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e
evitem escolher apenas os textos que agradam mais.
Que a Palavra de
Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente
difíceis, produza bons e abundantes frutos.
(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)
(1) Coloque-se
em atitude de oração
· Escolha
um momento adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha
o lugar no qual você se sinta bem
· Busque
uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda
uma vela e tome a bíblia em suas mãos
· Tome
consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça
silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Prepare-se
ouvindo ou cantando o mantra: A Palavra está perto de ti, em tua boca e em
teu coração. (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=BU9zUi4N3Yc)
(2)
Leia o texto da Palavra de Deus
· Leia
com toda a atenção o texto de Lucas 13,10-17
· Leia
o texto em voz alta (se possível)
· Depois da cena em que Jesus desmancha
a mentalidade religiosa que vê as tragédias como castigo de Deus, Jesus enfrenta
de novo a esclerose e o formalismo religioso
· Em dia de sábado, na sinagoga, Jesus
liberta uma mulher encurvada e coloca a lei no seu devido lugar
· A cura e a libertação que levam os
pobres e oprimidos a louvar provoca raiva e vergonha nos piedosos hipócritas
· Todos/as são filhos/as de Abraão,
todos/as são humanos/as, e merecem mais atenção que as coisas e animais
· O
que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3)
Medite a Palavra de Deus
· Reconstrua
o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Retome a cena, os gestos, perguntas e
palavras de Jesus, as reações da mulher encurvada, dos chefes da sinagoga e do
povo
· Por quê nos custa tanto colocar a
dignidade e a necessidade das pessoas à frente das leis e ritos?
· Como educar e formar nossos fiéis e
comunidades da liberdade solidária do Evangelho de jesus?
· Procure
perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
(4)
Reze com o texto lido e meditado
· Tome
consciência de que este texto é Palavra de Deus
· Depois
de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
· Não
mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita
que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não
se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure
perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
· Peça perdão, por você e sua
comunidade, pelas situações concretas em que colocaram o rito religioso à
frente da vida e da necessidade de alguém
(5) Contemple
a vida à luz da Palavra
· Procure
contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque
meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba
o que você precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda:
O
que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
· O que você e sua família (ou sua
comunidade) podem fazer hoje para colocar a vida das pessoas acima das leis e
ritos?
(6) Retorne
à vida cotidiana
· Se
considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para
ajudar na compreensão do texto lido
· Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração desse dia.
· Recite
ou cante a invocação: Jesus, Boa Notícia de Deus! Tua Palavra guie
os passos meus!
· Ouça
e reze com a canção “Solidariedade” (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=HbcmiJmMrrs)
· Apague
a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
“Uma pastoral em chave missionária não está obcecada
pela transmissão desarticulada de uma imensidade de doutrinas que se tentam impor à força. Quando se assume um objetivo
pastoral e um estilo missionário, que chegue realmente a todos, o anúncio concentra-se no essencial, no que
é mais belo, mais importante, mais atraente e, ao mesmo tempo, mais necessário” (Papa Francisco, Evangelii Gaudium, 35).
LEITURA
COMPLEMENTAR
No
evangelho de ontem (Mateus), Jesus ensinava que, quando as leis ajudam a viver o
amor a Deus e ao próximo, são importantes e boas. Quando já não servem, devem
ser abandonadas, como ele mesmo o fez Jesus. Nesse amor, que tem dois destinatários
mas uma mesma direção – a saída de si para priorizar o outro – se resumem as
Escrituras.
Hoje,
Lucas nos apresenta Jesus na sinagoga. Como mestre, que atua como “boca de Deus”
e vai ao lugar especialmente destinado ao ensino da Palavra de Deus. E, mais
uma vez, enfrenta a esclerose do formalismo religioso e a violenta e cínica tirania
religiosa representada e exercida pelas lideranças que controlavam o ensino.
Na
sinagoga, Jesus vê uma mulher duplamente excluída: por ser doente e por ser maneada
por um espírito maligno. Ninguém dá a mínima atenção a ela, com exceção de
Jesus. Jesus toma a iniciativa: sem que ela peça algo, Jesus a chama, cura e
liberta, estendendo a mão num solene e inequívoco gesto de ação e proteção de
Deus.
Era
sábado, e a lei que mandava guardá-lo fechava os olhos de todos a tudo o mais. A
iniciativa de Jesus suscita a louvor intenso e agradecido da mulher, e a fúria
do chefe da sinagoga, que se volta contra ela, evitando atacar Jesus
diretamente. E se instaura a controvérsia e o debate. Como Jesus se atreve?!
Jesus
desmascara a hipocrisia daqueles que usam da religião para se dispensar do
compromisso com o próximo e mantê-lo oprimido. Para Jesus, o amor atento às
necessidades e ao bem das pessoas está acima da lei e manifesta o querer de
Deus. O sentido do sábado – e de todas as leis e instituições – é manter viva a
memória e o sonho da criação e da libertação. É daqui que brota a alegria e o
louvor. Fora disso, só resta a vergonha...
(Itacir
Brassiani msf)
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