(Lc 12,49-53) Muitos, entre os quais até bravos católicos, pensam que a fé seja uma espécie de potente sonífero
das consciências, uma anestesia forte que nos transforma em bons meninos, uma
espécie de camisa-de-força que controla os instintos passionais (pecaminosos
mas belíssimos!). E entre os não-crentes, alguns pensam que os cristãos são
seres humanos pela metade, pessoas castradas e medrosas, que falam com voz artificialmente
suave e com o olhar baixo. O que isso tem a ver com a fortíssima afirmação de
Jesus no evangelho de hoje? Ele veio trazer fogo e não sonífero! Como o fogo, a
fé é calor, luz, consumação! Claro, nem todos têm um temperamento passional,
mas o que Jesus diz é que a fé é um evento envolvente, comovente e dinâmico:
como a paixão do enamoramento, como a alegria de se tornar pai ou mãe, como a
realização de um projeto acalentado há anos. A fé é algo de tal modo forte que
nos ajuda a suportar as contradições, as gozações, as incompreensões que, exatamente
por causa da fé, às vezes devemos enfrentar (Paolo Curtaz, Parola & Preghiera,
outubro/2013, p. 158)
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