(Lc 12,54-59) Estás coberto de razão, Senhor: somos hipócritas! Fingimos não ver, não
perceber o que está acontecendo. Brincamos diante dos acontecimentos que nos
chamam a comprender e a crer. Vivemos como se nada tivesse que ser mudado, como
se a Igreja fosse imutável, como se tudo fosse pressuposto. Metemos a cabeça
sob a areia, acusamos aqueles que não frequentam a Igreja, os pais que murmuram
durante as reuniões às quais são obrigados a participar (quase sempre inúteis e
chatas), e estreitamos os laços com o pequeno grupo de católicos sobreviventes.
Não, não somos capazes de ver os sinais
dos tempos, não conseguimos entender nem mesmo a força do gesto de um Papa que
deixa as chaves a um outro, por respeito e honra ao ministério de Pedro, sem
pensar em si mesmo; e de um outro Papa, Francisco, que assume o timão com humildade
e mansidão, e nos desafia a questiona se estamos cumprindo a missão a nós
confiada pelo Senhor: narrar o Evangelho onde vivemos. Tens razão, Senhor: são
tantos os que jogam com o medo do povo e anunciam eventos catastróficos que
assustam os pequenos e não os encorajam a abrirem-se à surpresa de um tempo
marcado pela imensa ternura do Pai. Tens razão, Senhor: é hora de acordar. (Paolo
Curtaz, Parola & Preghiera,
outubro/2013, p. 164)
Nenhum comentário:
Postar um comentário