quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Leitura Orante da Palavra (06.08.2020)


Dia 06 de Agosto | Quinta-feira | Festa da Transfiguração
Evangelho segundo Mateus (17,1-9)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais. Basta combinar com os amigos a mídia, a forma e o horário.

Em tempos de restrições à convivência e movimentação social, imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos mas que é necessária, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e de impedir que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos e desenvolvidos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada que vivemos em nosso país – produza bons frutos.

(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

(1)   Coloque-se em atitude de oração
·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração
·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem
·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos
·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·      Reze, ouvindo e repetindo o mantra: Queremos ver Jesus, caminho verdade e vida. Queremos ver Jesus! Queremos ver Jesus! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=ssXtbShHdb0)

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus
·      Leia com toda a atenção o texto de Mateus 17,1-9
·      Leia o texto em voz alta (se possível)
·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)
·      Jesus e seus discípulos estão a caminho para Jerusalém, onde enfrentarão a rejeição por parte das autoridades religiosas
·      Jesus lhes havia dito que quem quiser seu discípulo deve estar pronto a assumir a cruz da rejeição e da margem e disposto a perder a vida para ganhá-la
·      Os discípulos, começando por Pedro, não entendem e não querem aceitar esse caminho, e se fecham ao ensino de Jesus
·      Por isso, a cena da transfiguração confirma Jesus como o Filho amado do Pai e que seu ensino deve ser levado a sério
·      Nenhum anúncio que desvie ou faça menos do seu esvaziamento solidário com a humanidade liberta nem merece crédito
·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

(3)   Medite a Palavra de Deus
·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
·      Procure participar da cena com sua imaginação: veja o desconforto dos discípulos diante do caminho proposto por Jesus, os três escolhidos subindo a montanha com Jesus, seu êxtase frente ao brilho da humanidade de Jesus, o medo que os joga no chão quando a voz pedem que eles levem Jesus a sério
·      Veja o testemunho de Elias e Moisés, que lembram a incompreensão e a perseguição sofrida pelos profetas
·      Ouça a ordem de escutar o que ele diz, e sintam o toque dele encorajando e curando suas resistências e sua falta de fé
·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

(4)   Reze com o texto lido e meditado
·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus
·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
·      Repita, como ração e súplica que brota das suas profundezas e da vida do povo: Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim! Jesus, filho de Davi, tem piedade do teu povo!
·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra
·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação
·      Repita e deixe ecoar em todo o seu ser as palavras divinas: “Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo o meu agrado!” “Levantem-se, e não tenham medo!”
·      Peça e acolha a graça de escutar e assimilar o que diz Jesus
·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

(6)   Retorne à vida cotidiana
·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido
·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.
·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
·      Ouça e cante o refrão: Jesus, tu és a luz dos olhos meus! Jesus, brilhe essa luz nos passos meus seguindo os teus! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=qpCS0gucq6c)
·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

SUBSÍDIO
Na pessoa de Pedro, os discípulos haviam dito que reconheciam Jesus como “o Messias, o Filho do Deus Vivo” (cf. Mt 16,11). Mas discordaram e resistiram fortemente quando Jesus lhes disse que seria perseguido e morto pelas mãos dos anciãos, chefes dos sacerdotes e doutores da Lei (cf. 16,21-23). E fecharam os ouvidos quando Jesus colocou como condição para segui-lo tomar a cruz dos excluídos e doar a própria vida (cf. 24-28).
A cena audiovisual da transfiguração de Jesus está ligada a essa situação e tem como objetivo superar a resistência dos discípulos e tornar visível a esplendorosa humanidade de Jesus. O protagonista é o Pai, e a beleza da humanidade de Jesus deixa os discípulos extasiados, tanto que desejam congelar essa visão e prolongar a experiência. Mas eles não podem esquecer que estão a caminho de Jerusalém, e a experiência é uma espécie de chave que lhes abre o sentido da pregação e da paixão de Jesus.
A montanha e a nuvem são sinais que acenam para uma manifestação divina. O que chama a atenção, é que essa revelação não acontece no templo de Jerusalém nem é dada às elites religiosas, mas num lugar marginal e para três pessoas pouco relevantes. A presença de Moisés e de Elias também lembram que os profetas são perseguidos. A voz imperativa manda escutar e entender o que Jesus disse, diz e dirá na sua vida, morte e ressurreição.
Diante da voz que afirma que Jesus é o filho amando do Pai e deve ser escutado, os três discípulos caem de susto. Reconhecem a presença divina e se assustam com a confirmação do caminho da cruz. Deus faz Pedro calar (como em 16,23), mas o toque de Jesus cura a falta de fé, encoraja e os coloca de pé. Eles são proibidos de falar do que viram porque sua compreensão do mistério de Jesus é ainda limitada, e devem esperar a sua paixão.
 (Itacir Brassiani msf)

Nenhum comentário: