sábado, 1 de agosto de 2020

Leitura Orante do Evangelho (02.08.2020)


Dia 02 de Agosto | Domingo | 18ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Mateus (14,13-21)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais. Basta combinar com os amigos a mídia, a forma e o horário.

Em tempos de restrições à convivência e movimentação social, imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos mas que é necessária, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e de impedir que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos e desenvolvidos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada que vivemos em nosso país – produza bons frutos.

(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

(1)   Coloque-se em atitude de oração
·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração
·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem
·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos
·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·      Reze, ouvindo e repetindo o mantra: Pela Palavra de Deus saberemos por onde andar! Ela é luz e verdade, precisamos acreditar! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=0S2T8DRwiBM)

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus
·      Leia com toda a atenção o texto de Mateus 14,13-21
·      Leia o texto em voz alta (se possível)
·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)
·      Depois da festa das elites, regada a bebedeiras e orgias, nas quais é tramada a morte de João Batista, temos a cena da festa dos pequenos, com pão e peixe gratuitos para os famintos
·      A cena é como o dedo do profeta que aponta para a lua: precisamos ver no pão repartido o sinal do Reino de Deus
·      O segredo e o motor de tudo é a compaixão de Deus pelo povo, vivida e revelada em palavras e ações por Jesus de Nazaré
·      A compaixão vence a indiferença, supera o descaso e nos faz corresponsáveis pelo destino das pessoas vulneráveis
·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

(3)   Medite a Palavra de Deus
·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
·      Acompanhe Jesus e os discípulos/as na sua retirada para o deserto, alertado pelo martírio de João Batista
·      Veja a procissão de necessitados que os seguem, como último porto e única esperança
·      Note a confusão dos discípulos, que não sabem o que fazer, e pedem que Jesus deixe cada faminto à sua própria sorte
·      O que significa, para você, sua família e sua comunidade a ordem de Jesus: “Deem-lhes vocês mesmos de comer”?
·      Como poderíamos evitar o desperdício de alimentos em nossa própria casa e destiná-los a quem deles necessita?
·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

(4)   Reze com o texto lido e meditado
·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus
·      Recorde o nome de pessoas, grupos e movimentos quer hoje correm riscos de vida por causa de sua atuação pela justiça e pela vida dos mais pobres e marginalizados
·      Deixe-se inspirar por eles e expresse sua prece de súplica ou de agradecimento
·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra
·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação
·      Como nossa Igreja poderia superar o assistencialismo e o espiritualismo, e lutar para que haja “pão em todas as mesas”?
·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

(6)   Retorne à vida cotidiana
·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido
·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.
·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
·      Ouça e cante o refrão: Dai-lhes vós mesmos de comer, e o milagre vai acontecer! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=yUmq2Fzu_AU)
·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
SUBSÍDIO
Jesus não foi um milagreiro dedicado a realizar prodígios de propaganda. Os Seus milagres são sinais que abrem uma brecha neste mundo de pecado e injustiças e apontam já para uma realidade nova, meta final do ser humano.
Concretamente, o milagre da multiplicação dos pães nos convida a descobrir que o projeto de Jesus é alimentar os homens e mulheres e reuni-los numa fraternidade real na qual saibam como partilhar o Seu pão e o Seu peixe.
Para o cristão, a fraternidade não é uma exigência ao lado de tantas outras. É a única maneira de construir, entre os homens, o reino do Pai. Essa fraternidade pode ser mal entendida. Pensamos que amamos o nosso próximo simplesmente porque não lhe fazemos nada de mau, embora mais tarde vivamos num um horizonte mesquinho e egoísta, despreocupados de todos.
Por ser sacramento de fraternidade, a Igreja é chamada a promover, em cada momento da história, novas formas de estreita fraternidade entre os homens. Os crentes devem aprender a viver com um estilo mais fraterno, escutando as novas necessidades do homem de hoje.
A luta pelo desarmamento, a proteção do meio ambiente, a solidariedade com os famintos, a partilha com os desempregados, a ajuda aos drogados, a preocupação com os idosos sozinhos e esquecidos são outras tantas exigências para quem se sente irmão e quer multiplicar para todos o pão que as pessoas necessitam para viver.
O relato do evangelho lembra-nos que não podemos comer tranquilos o nosso pão e o nosso peixe enquanto junto a nós há homens e mulheres ameaçados por tantas fome. Os que vivem tranquilos e satisfeito devem ouvir as palavras de Jesus: «Dai-lhes vós de comer».
 (José Antônio Pagola)

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