Dia 02
de Agosto | Domingo | 18ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Mateus (14,13-21)
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício
para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser
feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais.
Basta combinar com os amigos a mídia, a forma e o horário.
Em tempos de restrições à convivência e movimentação social,
imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos mas que é necessária, por
respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante é um modo de ir
além da simples assistência de celebrações virtuais e de impedir que este seja um tempo pesado e estéril.
Os textos propostos
e desenvolvidos aqui são aqueles indicados
pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também
escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas
com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.
Que a Palavra de Deus encontre em cada
um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses
tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada
que vivemos em nosso país – produza bons
frutos.
(Missionários da Sagrada
Família
(1)
Coloque-se em atitude de oração
· Escolha um momento
adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha o lugar no
qual você se sinta bem
· Busque uma posição
corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda uma vela e
tome a bíblia em suas mãos
· Tome consciência
de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça silêncio
interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Reze, ouvindo e
repetindo o mantra: Pela Palavra de Deus saberemos por onde andar! Ela é luz e verdade,
precisamos acreditar! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=0S2T8DRwiBM)
(2) Leia o texto da
Palavra de Deus
· Leia com toda a
atenção o texto de Mateus 14,13-21
· Leia o texto em
voz alta (se possível)
· Releia o texto uma
ou mais vezes (se necessário)
· Depois da festa das elites, regada a bebedeiras e
orgias, nas quais é tramada a morte de João Batista, temos a cena da festa dos
pequenos, com pão e peixe gratuitos para os famintos
· A cena é como o dedo do profeta que aponta para a lua:
precisamos ver no pão repartido o sinal do Reino de Deus
· O segredo e o motor de tudo é a compaixão de Deus pelo
povo, vivida e revelada em palavras e ações por Jesus de Nazaré
· A compaixão vence a indiferença, supera o descaso e
nos faz corresponsáveis pelo destino das pessoas vulneráveis
· Feche a bíblia e
responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3) Medite a Palavra
de Deus
· Reconstrua o
cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Acompanhe Jesus e os discípulos/as na sua retirada
para o deserto, alertado pelo martírio de João Batista
· Veja a procissão de necessitados que os seguem, como
último porto e única esperança
· Note a confusão dos discípulos, que não sabem o que
fazer, e pedem que Jesus deixe cada faminto à sua própria sorte
· O que significa, para você, sua família e sua
comunidade a ordem de Jesus: “Deem-lhes vocês mesmos de comer”?
· Como poderíamos evitar o desperdício de alimentos em
nossa própria casa e destiná-los a quem deles necessita?
· Procure perceber: O que
a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
(4) Reze com o texto
lido e meditado
· Tome consciência
de que este texto é Palavra de Deus
· Recorde o nome de pessoas, grupos e movimentos quer
hoje correm riscos de vida por causa de sua atuação pela justiça e pela vida
dos mais pobres e marginalizados
· Deixe-se inspirar por eles e expresse sua prece de
súplica ou de agradecimento
· Depois de escutar
atentamente, agora é sua vez de falar
· Não mude de
assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita que o
próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não se preocupe
com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure perceber o que
a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
(5)
Contemple a vida à luz da Palavra
· Procure contemplar
a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque meios para
colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba o que você
precisa mudar a partir dessa meditação
· Como nossa Igreja poderia superar o assistencialismo e
o espiritualismo, e lutar para que haja “pão em todas as mesas”?
· Responda: O que
Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma um
compromisso pessoal de conversão e mudança
(6)
Retorne à vida cotidiana
· Se considerar
conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na
compreensão do texto lido
· Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração desse dia.
· Recite ou cante a
invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
· Ouça e cante o
refrão: Dai-lhes vós mesmos de comer, e o milagre vai acontecer! (Clique
aqui: https://www.youtube.com/watch?v=yUmq2Fzu_AU)
· Apague a vela,
guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
SUBSÍDIO
Jesus não foi um milagreiro dedicado a realizar
prodígios de propaganda. Os Seus milagres são sinais que abrem uma brecha neste
mundo de pecado e injustiças e apontam já para uma realidade nova, meta final
do ser humano.
Concretamente, o milagre da multiplicação dos pães nos
convida a descobrir que o projeto de Jesus é alimentar os homens e mulheres e
reuni-los numa fraternidade real na qual saibam como partilhar o Seu pão e o
Seu peixe.
Para o cristão, a fraternidade não é uma exigência ao lado de tantas outras. É a única maneira de
construir, entre os homens, o reino do Pai. Essa fraternidade pode ser mal
entendida. Pensamos que amamos o nosso próximo simplesmente porque não lhe
fazemos nada de mau, embora mais tarde vivamos num um horizonte mesquinho e
egoísta, despreocupados de todos.
Por ser sacramento de fraternidade, a Igreja é
chamada a promover, em cada momento da história, novas formas de estreita
fraternidade entre os homens. Os crentes devem aprender a viver com um estilo
mais fraterno, escutando as novas necessidades do homem de hoje.
A luta pelo desarmamento, a proteção do meio
ambiente, a solidariedade com os famintos, a partilha com os desempregados, a
ajuda aos drogados, a preocupação com os idosos sozinhos e esquecidos são
outras tantas exigências para quem se sente irmão e quer multiplicar para todos
o pão que as pessoas necessitam para viver.
O relato do
evangelho lembra-nos que não podemos comer tranquilos o nosso pão e o nosso
peixe enquanto junto a nós há homens e mulheres ameaçados por tantas fome. Os
que vivem tranquilos e satisfeito devem ouvir as palavras de Jesus: «Dai-lhes
vós de comer».
(José Antônio Pagola)
Nenhum comentário:
Postar um comentário