terça-feira, 18 de agosto de 2020

Leitura Orante do Evangelho (19.08.2020)


Dia 19 de Agosto | Quarta-feira | 20ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Mateus (20,1-16)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais. Basta combinar com os amigos a mídia, a forma e o horário.

Em tempos de restrições à convivência e movimentação social, imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos mas que é necessária, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e de impedir que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos e desenvolvidos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada que vivemos em nosso país – produza bons frutos.

(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

(1)   Coloque-se em atitude de oração
·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração
·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem
·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos
·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·      Reze, ouvindo e repetindo o mantra: Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo mais vos será acrescentado! Aleluia! Aleluia!! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=TTIzApEAcYw)

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus
·      Leia com toda a atenção o texto de Mateus 20,1-16
·      Leia o texto em voz alta (se possível)
·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)
·      Quem quiser ser discípulo/a de Jesus precisa ter sabedoria e decisão para encarnar a novidade do reino de Deus em todas as suas relações, inclusive com os bens e com as classes sociais
·      No horizonte da utopia de Jesus, justiça e a bondade não estão na meritocracia e na fria aplicação da lei do “cada um recebe o que merece”
·      A lógica do Reino de Deus inverte a escala de valores e prioridades, e estabelece a prioridade dos últimos e mais desprezados sobre os ricos e privilegiados
·      Também no mundo da economia, Deus trata seus filhos e filhas de acordo com sua dignidade e necessidade, e não a partir daquilo que merecem
·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

(3)   Medite a Palavra de Deus
·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
·      Com esta parábola, Jesus provoca fortemente as pessoas, tanto os judeus como seus discípulos, a superar a lógica do mérito
·      Ser bom e perfeito, como desejava o jovem rico, implica em ser generoso e desfazer a lógica que sobrepõe classes, nações e gêneros, uns acima dos outros
·      Será que também nós, depois de dois mil anos de cristianismo, caímos na armadilha de nos sentir melhores que os outros?
·      Em que medida ainda tratamos as pessoas, grupos, religiões e classes sociais a partir daquilo que achamos que ‘merecem”, e nos sentimos mais merecedores que os demais?
·      Você concorda com o que faz o chefe de família, que dá a cada um aquilo que ele necessita, e não aquilo que fez por merecer?
·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

(4)   Reze com o texto lido e meditado
·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus
·      Deixe ressoar em você a afirmação clara e provocativa de Jesus mediante a parábola do patriarca generoso e solidário
·      Peça a Jesus a graça de se comprometer e se alegrar com os pequenos e grandes sinais de emancipação dos pobres
·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra
·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação
·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

(6)   Retorne à vida cotidiana
·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido
·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.
·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
·      Ouça e cante o refrão: Jesus, tu és a luz dos olhos meus! Jesus, brilhe esta luz nos passou meus, seguindo os teus! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=qDB0xTgG7Is)
·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
SUBSÍDIO
Na meditação de ontem, acolhemos as ressonâncias do diálogo de Jesus com os seus discípulos sobre a possibilidade dos ricos aderirem ao dinamismo do Reino de Deus e ao benefício de quem assimila sua lógica. Hoje, continuaremos com o tema da incidência do Reino de Deus na economia, em como ser justo e bom nessa área.
Nesta parábola, o personagem central é um chefe de família patriarcal (e não um rei ou um patrão). A primeira cena trata da contratação de diaristas, mas tudo está focado na segunda cena, no acerto de contas pelo trabalho realizado. A todos o chefe da família prometera pagar o que seria justo, e não um valor estabelecido.
Os contratados na primeira hora assistiram o pagamento dos últimos, que receberam, por poucas horas de trabalho, um valor que permitia a subsistência diária, e isso estimulou-lhes a expectativa de que receberiam bem mais, pois haviam feito por merecer. Mas o contratante não se orienta pela meritocracia, mas pela justiça e pela bondade, e retribui a todos por igual. Que decepção!
O grupo que se julga merecedor de mais se irrita por ter sido igualado aos demais. De fato, o pai de família não age conforme o costume, não reforça a superioridade, a competição e a distinção de classes. A irritação deles brota da inconformidade por terem sido igualados, nivelados aos mais necessitados. Eles protestam contra a afirmação da igualdade fundamental de todos!
A atitude do pai de família corrói o sistema de competição, que consagra a desigualdade. Ele se mostra justo e bom com todos, e nisso revela a ação de Deus. Com isso, Jesus convoca os discípulos a tomar uma posição: assumir um estilo de vida alternativo também na economia, agindo na perspectiva do Reino de Deus.
 (Itacir Brassiani msf)

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