Dia 19
de Agosto | Quarta-feira | 20ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Mateus (20,1-16)
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício
para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser
feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais.
Basta combinar com os amigos a mídia, a forma e o horário.
Em tempos de restrições à convivência e movimentação social,
imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos mas que é necessária, por
respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante é um modo de ir
além da simples assistência de celebrações virtuais e de impedir que este seja um tempo pesado e estéril.
Os textos propostos
e desenvolvidos aqui são aqueles indicados
pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também
escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas
com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.
Que a Palavra de Deus encontre em cada
um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses
tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada
que vivemos em nosso país – produza bons
frutos.
(Missionários da Sagrada
Família
(1)
Coloque-se em atitude de oração
· Escolha um momento
adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha o lugar no
qual você se sinta bem
· Busque uma posição
corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda uma vela e
tome a bíblia em suas mãos
· Tome consciência
de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça silêncio
interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Reze, ouvindo e
repetindo o mantra: Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo mais vos será
acrescentado! Aleluia! Aleluia!! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=TTIzApEAcYw)
(2) Leia o texto da
Palavra de Deus
· Leia com toda a
atenção o texto de Mateus 20,1-16
· Leia o texto em
voz alta (se possível)
· Releia o texto uma
ou mais vezes (se necessário)
· Quem quiser ser discípulo/a de Jesus precisa ter
sabedoria e decisão para encarnar a novidade do reino de Deus em todas as suas
relações, inclusive com os bens e com as classes sociais
· No horizonte da utopia de Jesus, justiça e a bondade
não estão na meritocracia e na fria aplicação da lei do “cada um recebe o que
merece”
· A lógica do Reino de Deus inverte a escala de valores
e prioridades, e estabelece a prioridade dos últimos e mais desprezados sobre
os ricos e privilegiados
· Também no mundo da economia, Deus trata seus filhos e
filhas de acordo com sua dignidade e necessidade, e não a partir daquilo que
merecem
· Feche a bíblia e
responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3) Medite a Palavra
de Deus
· Reconstrua o
cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Com esta parábola, Jesus provoca fortemente as
pessoas, tanto os judeus como seus discípulos, a superar a lógica do mérito
· Ser bom e perfeito, como desejava o jovem rico,
implica em ser generoso e desfazer a lógica que sobrepõe classes, nações e
gêneros, uns acima dos outros
· Será que também nós, depois de dois mil anos de
cristianismo, caímos na armadilha de nos sentir melhores que os outros?
· Em que medida ainda tratamos as pessoas, grupos,
religiões e classes sociais a partir daquilo que achamos que ‘merecem”, e nos
sentimos mais merecedores que os demais?
· Você concorda com o que faz o chefe de família, que dá
a cada um aquilo que ele necessita, e não aquilo que fez por merecer?
· Procure perceber: O que
a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
(4) Reze com o texto
lido e meditado
· Tome consciência
de que este texto é Palavra de Deus
· Deixe ressoar em você a afirmação clara e provocativa
de Jesus mediante a parábola do patriarca generoso e solidário
· Peça a Jesus a graça de se comprometer e se alegrar
com os pequenos e grandes sinais de emancipação dos pobres
· Depois de escutar
atentamente, agora é sua vez de falar
· Não mude de
assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita que o
próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não se preocupe
com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure perceber o que
a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
(5)
Contemple a vida à luz da Palavra
· Procure contemplar
a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque meios para
colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba o que você
precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda: O que
Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma um
compromisso pessoal de conversão e mudança
(6)
Retorne à vida cotidiana
· Se considerar
conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na
compreensão do texto lido
· Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração desse dia.
· Recite ou cante a
invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
· Ouça e cante o
refrão: Jesus, tu és a luz dos olhos meus! Jesus, brilhe esta luz nos passou
meus, seguindo os teus! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=qDB0xTgG7Is)
· Apague a vela,
guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
SUBSÍDIO
Na meditação de ontem, acolhemos as ressonâncias do
diálogo de Jesus com os seus discípulos sobre a possibilidade dos ricos
aderirem ao dinamismo do Reino de Deus e ao benefício de quem assimila sua
lógica. Hoje, continuaremos com o tema da incidência do Reino de Deus na
economia, em como ser justo e bom nessa área.
Nesta parábola, o personagem central é um chefe de
família patriarcal (e não um rei ou um patrão). A primeira cena trata da contratação
de diaristas, mas tudo está focado na segunda cena, no acerto de contas pelo
trabalho realizado. A todos o chefe da família prometera pagar o que seria
justo, e não um valor estabelecido.
Os contratados na primeira hora assistiram o pagamento
dos últimos, que receberam, por poucas horas de trabalho, um valor que permitia
a subsistência diária, e isso estimulou-lhes a expectativa de que receberiam
bem mais, pois haviam feito por merecer. Mas o contratante não se orienta pela
meritocracia, mas pela justiça e pela bondade, e retribui a todos por igual.
Que decepção!
O grupo que se julga merecedor de mais se irrita
por ter sido igualado aos demais. De fato, o pai de família não age conforme o
costume, não reforça a superioridade, a competição e a distinção de classes. A
irritação deles brota da inconformidade por terem sido igualados, nivelados aos
mais necessitados. Eles protestam contra a afirmação da igualdade fundamental de
todos!
A atitude do pai de família corrói o sistema de
competição, que consagra a desigualdade. Ele se mostra justo e bom com todos, e
nisso revela a ação de Deus. Com isso, Jesus convoca os discípulos a tomar uma
posição: assumir um estilo de vida alternativo também na economia, agindo na
perspectiva do Reino de Deus.
(Itacir Brassiani msf)
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