Dia 14
de Agosto | Sexta-feira | 19ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Mateus (19,3-12)
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício
para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser
feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais.
Basta combinar com os amigos a mídia, a forma e o horário.
Em tempos de restrições à convivência e movimentação social,
imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos mas que é necessária, por
respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante é um modo de ir
além da simples assistência de celebrações virtuais e de impedir que este seja um tempo pesado e estéril.
Os textos propostos
e desenvolvidos aqui são aqueles indicados
pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também
escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas
com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.
Que a Palavra de Deus encontre em cada
um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses
tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada
que vivemos em nosso país – produza bons
frutos.
(Missionários da Sagrada
Família
(1)
Coloque-se em atitude de oração
· Escolha um momento
adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha o lugar no
qual você se sinta bem
· Busque uma posição
corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda uma vela e
tome a bíblia em suas mãos
· Tome consciência
de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça silêncio
interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Reze, ouvindo e
repetindo o mantra: Aquele que vos chamou é fiel! Aquele que vos chamou é fiel! Fiel é
aquele que vos chamou! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=hGBOOoqb3YA)
(2) Leia o texto da Palavra
de Deus
· Leia com toda a
atenção o texto de Mateus 19,3-12
· Leia o texto em
voz alta (se possível)
· Releia o texto uma
ou mais vezes (se necessário)
· A pequena e frágil comunidade de discípulos/as de
Jesus carrega o tesouro do Reino de Deus em vasos de barro
· Hoje, Jesus nos desafia a introduzir esse tesouro
precioso e transformador nas relações conjugais e familiares
· No horizonte do Evangelho de Jesus, as relações
conjugais e familiares devem ser pautadas pela igualdade, pela reciprocidade e
pela solidariedade
· Como seguidores/as de Jesus, assumimos a condição
social das crianças e dos eunucos, que não tem lugar importante e são tratados
como menores e insignificantes
· Feche a bíblia e
responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3) Medite a Palavra
de Deus
· Reconstrua o
cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Como você vive a vocação de ser uma só carne
(comunhão, reciprocidade e solidariedade) na vida conjugal?
· Em que medida vocês conseguem superar as relações
ditadas pelo patriarcalismo e pelo individualismo?
· Você tem conseguido superar uma compreensão machista e
excludente da Palavra de Deus?
· Como são tratadas as mulheres, as crianças e as
pessoas homoafetivas na sua família e na sua Igreja?
· Procure perceber: O que
a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
(4) Reze com o texto
lido e meditado
· Tome consciência
de que este texto é Palavra de Deus
· Louve e agradeça a Deus pela bela e provocativa lição
de Jesus no evangelho de hoje
· Louve a Deus pelo caminho de cumplicidade e
reciprocidade que vocês tem percorrido como casal
· Apresente serenamente a Deus as dificuldades e
empecilhos que você precisa remover para viver no âmbito familiar a novidade
revolucionária do Reino de Deus
· Peça a Deus pelas pessoas conhecidas que, por um ou
outro motivo, acabaram rompendo relações e vínculos
· Depois de escutar
atentamente, agora é sua vez de falar
· Não mude de
assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita que o
próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não se preocupe
com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure perceber o que
a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
(5)
Contemple a vida à luz da Palavra
· Procure contemplar
a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque meios para colocar
em prática o que Deus lhe fala
· Perceba o que você
precisa mudar a partir dessa meditação
· Responda: O que
Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma um
compromisso pessoal de conversão e mudança
(6)
Retorne à vida cotidiana
· Se considerar
conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na
compreensão do texto lido
· Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração desse dia.
· Recite ou cante a
invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
· Ouça e cante o
refrão: Jesus, eu irei te louvar pela vida!
Jesus, eu ire1 te anunciar para sempre aos irmãos! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=A6JBzZO7tZc)
· Apague a vela,
guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
SUBSÍDIO
Há alguns dias estamos relendo as orientações de
Jesus para a encarnação da novidade do Reino de Deus nas relações comunitárias.
Hoje a atenção se volta para as relações no interior da família, especialmente
as relações conjugais. A reflexão é oportunizada por mais uma pergunta
provocadora vinda da boca dos fariseus.
O ensino de Jesus é, antes de tudo, uma contundente
defesa da dignidade das mulheres, no contexto de uma cultura patriarcal, na
qual o marido tem direito de vida e de morte sobre a mulher. A família nascida
da cruz e reconfigurada pelo Reino de Deus rejeita de forma inequívoca as
relações patriarcais, que eram aceitas como normais e normativas no mundo
cultural romano e judaico.
Para Jesus, o matrimônio deve ser entendido com
outra visão, sem o domínio masculino. Os fariseus tinham dificuldades de
entender e aceitar isso. Para eles, a mulher fazia parte das propriedades do
homem, mas, para Jesus, as relações matrimoniais devem ser pautadas pela
igualdade, pela reciprocidade, pela solidariedade e pela unidade. Este é o
querer de Deus sobre o casal.
Os fariseus fazem uma leitura distorcida da Lei, e
dizem que é ordem aquilo que Moisés permitiu apenas como exceção, mas pedindo
garantias à mulher divorciada. Jesus propõe uma releitura a partir da vontade
original de Deus, sublinhando que homem e mulher se tornam uma unidade profunda
(uma só carne), e nada deve desfazê-la.
Isso escandaliza os discípulos, contaminados também
eles pela ideologia patriarcal. Jesus não se incomoda, e radicaliza ainda mais:
além de tomarem como modelo as crianças, seus discípulos/as podem também se
espelhar nos eunucos, também eles desprezados e marginalizados pela violenta e
excludente cultura patriarcal.
(Itacir Brassiani msf)
Nenhum comentário:
Postar um comentário