Dia 11
de Agosto | Terça-feira | 19ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Mateus (18,1-5.10-14)
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício
para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser
feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais.
Basta combinar com os amigos a mídia, a forma e o horário.
Em tempos de restrições à convivência e movimentação social,
imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos mas que é necessária, por
respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante é um modo de ir
além da simples assistência de celebrações virtuais e de impedir que este seja um tempo pesado e estéril.
Os textos propostos
e desenvolvidos aqui são aqueles indicados
pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também
escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas
com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.
Que a Palavra de Deus encontre em cada
um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses
tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada
que vivemos em nosso país – produza bons
frutos.
(Missionários da Sagrada
Família
(1)
Coloque-se em atitude de oração
· Escolha um momento
adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha o lugar no
qual você se sinta bem
· Busque uma posição
corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda uma vela e
tome a bíblia em suas mãos
· Tome consciência
de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça silêncio
interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Reze, ouvindo e
repetindo o mantra: Aquele que vos chamou é fiel! Aquele que vos chamou é fiel! Fiel é
aquele que vos chamou! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=hGBOOoqb3YA)
(2) Leia o texto da Palavra
de Deus
· Leia com toda a
atenção o texto de Mateus 18,1-5.10-14
· Leia o texto em
voz alta (se possível)
· Releia o texto uma
ou mais vezes (se necessário)
· Jesus aproveita a pergunta que os discípulos lhe fazem
e desenvolve uma catequese que sublinha a inversão de valores inaugurada pelo
Reino de Deus
· A identidade social da comunidade dos discípulos/as é
semelhante à condição das crianças na sociedade de então: fragilidade,
insignificância, marginalidade
· Ele confia às pessoas que exercem autoridade na Igreja
a missão de cuidar, em nome do Pai, dos/as discípulos/as, que devem caminhar
contra a corrente e são colocados à margem
· Seus discípulos/as devem confiar plenamente na
acolhida e na hospitalidade daqueles a quem são enviados/as
· Feche a bíblia e
responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3) Medite a Palavra
de Deus
· Reconstrua o
cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Exercite sua imaginação e procure participar da cena
com todos os seus sentidos, para acolher o sentido integral do texto
· Você percebe as ambições e expectativas de
reconhecimento e precedência que às vezes se insinuam nos seus trabalhos?
· Como você se sente em relação à condição liminar
(margem, insignificância, despojamento) dos discípulos de Jesus?
· Você tem conseguido se exercitar na confiança no
cuidado do Pai e na hospitalidade na sua prática comunitária e pastoral?
· Medite e aprenda do testemunho marcante de vida
despojada e confiante de Santa Clara (e de Francisco) de Assis
· Procure perceber: O que
a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
(4) Reze com o texto
lido e meditado
· Tome consciência
de que este texto é Palavra de Deus
· Agradeça ao Senhor o cuidado que ele não tem deixado
faltar em relação a você, especialmente nos momentos difíceis
· Peça a graça da minoridade, da liberdade e da alegria,
tão caras e tão vibrantes em Clara e Francisco
· Depois de escutar
atentamente, agora é sua vez de falar
· Não mude de
assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita que o
próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não se preocupe
com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure perceber o que
a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
(5)
Contemple a vida à luz da Palavra
· Procure contemplar
a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque meios para
colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba o que você
precisa mudar a partir dessa meditação
· Como nossa Igreja poderia converter-se em Igreja pobre
e dos pobres, como sonha e pede o Papa Francisco?
· Responda: O que
Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma um
compromisso pessoal de conversão e mudança
(6)
Retorne à vida cotidiana
· Se considerar
conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na
compreensão do texto lido
· Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração desse dia.
· Recite ou cante a
invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
· Ouça e cante o
refrão: Jesus, eu irei te louvar pela vida!
Jesus, eu ire1 te anunciar para sempre aos irmãos! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=A6JBzZO7tZc)
· Apague a vela,
guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
SUBSÍDIO
No capítulo 18 a 20 do seu evangelho, Mateus nos
oferece diversas catequeses formativas que Jesus dedica aos seus discípulos, a
caminho para Jerusalém. Trata-se de orientações fundamentais para que a
comunidade cristã viva um estilo de vida alternativo e profético, testemunhando
assim a força transformadora do Evangelho.
A tentação do elitismo e do autoritarismo rondam a
comunidade dos discípulos/as de Jesus desde sempre. A pergunta sobre quem é o
maior no Reino de Deus o demonstra, e a resposta de Jesus quer cortá-la pela
raiz. Para ilustrar a virada radical do Reino, Jesus ilustra seu ensino tomando
a figura da criança como símbolo.
Aqui, a criança não aponta para a inocência, tão a
gosto da modernidade burguesa, mas para sua condição social de fragilidade,
insignificância e marginalidade. Para Jesus, elas são o retrato perfeito da
comunidade cristã, que nasceu para viver nas margens e ensaiar uma vida
alternativa ao judaísmo e ao império romano.
Esse estilo de vida é contra a corrente, precisa
ser aprendido e exercitado, pois é exigente. Como as crianças, os discípulos/as
de Jesus são preciosos aos seus olhos, são importantes por serem pequenos, e as
autoridades cristãs tem o dever de protege-los. Eles/as podem se perder, e se
tornar mais frágeis ainda.
O Pai não quer que nenhum deles se perca, e a
comunidade deve assumir esse cuidado em nome de Deus. Por sua vez, os
discípulos/as devem confiar totalmente na acolhida que o Pai suscita nas
pessoas e povos aos quais forem enviados. Não somos grandes ou importantes pela
origem, pela riqueza, pela educação, pela profissão, função ou pelo poder que
exercemos, mas porque somos filhos/as amados/as do Pai e portadores/as do
tesouro do Reino.
(Itacir Brassiani msf)
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