segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Leitura Orante do Evangelho (11.08.2020)


Dia 11 de Agosto | Terça-feira | 19ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Mateus (18,1-5.10-14)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais. Basta combinar com os amigos a mídia, a forma e o horário.

Em tempos de restrições à convivência e movimentação social, imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos mas que é necessária, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e de impedir que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos e desenvolvidos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada que vivemos em nosso país – produza bons frutos.

(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

(1)   Coloque-se em atitude de oração
·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração
·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem
·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos
·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·      Reze, ouvindo e repetindo o mantra: Aquele que vos chamou é fiel! Aquele que vos chamou é fiel! Fiel é aquele que vos chamou! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=hGBOOoqb3YA)

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus
·      Leia com toda a atenção o texto de Mateus 18,1-5.10-14
·      Leia o texto em voz alta (se possível)
·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)
·      Jesus aproveita a pergunta que os discípulos lhe fazem e desenvolve uma catequese que sublinha a inversão de valores inaugurada pelo Reino de Deus
·      A identidade social da comunidade dos discípulos/as é semelhante à condição das crianças na sociedade de então: fragilidade, insignificância, marginalidade
·      Ele confia às pessoas que exercem autoridade na Igreja a missão de cuidar, em nome do Pai, dos/as discípulos/as, que devem caminhar contra a corrente e são colocados à margem
·      Seus discípulos/as devem confiar plenamente na acolhida e na hospitalidade daqueles a quem são enviados/as
·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

(3)   Medite a Palavra de Deus
·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
·      Exercite sua imaginação e procure participar da cena com todos os seus sentidos, para acolher o sentido integral do texto
·      Você percebe as ambições e expectativas de reconhecimento e precedência que às vezes se insinuam nos seus trabalhos?
·      Como você se sente em relação à condição liminar (margem, insignificância, despojamento) dos discípulos de Jesus?
·      Você tem conseguido se exercitar na confiança no cuidado do Pai e na hospitalidade na sua prática comunitária e pastoral?
·      Medite e aprenda do testemunho marcante de vida despojada e confiante de Santa Clara (e de Francisco) de Assis
·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

(4)   Reze com o texto lido e meditado
·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus
·      Agradeça ao Senhor o cuidado que ele não tem deixado faltar em relação a você, especialmente nos momentos difíceis
·      Peça a graça da minoridade, da liberdade e da alegria, tão caras e tão vibrantes em Clara e Francisco
·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra
·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação
·      Como nossa Igreja poderia converter-se em Igreja pobre e dos pobres, como sonha e pede o Papa Francisco?
·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

(6)   Retorne à vida cotidiana
·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido
·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.
·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
·      Ouça e cante o refrão: Jesus, eu irei te louvar pela vida!  Jesus, eu ire1 te anunciar para sempre aos irmãos! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=A6JBzZO7tZc)
·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

SUBSÍDIO
No capítulo 18 a 20 do seu evangelho, Mateus nos oferece diversas catequeses formativas que Jesus dedica aos seus discípulos, a caminho para Jerusalém. Trata-se de orientações fundamentais para que a comunidade cristã viva um estilo de vida alternativo e profético, testemunhando assim a força transformadora do Evangelho.
A tentação do elitismo e do autoritarismo rondam a comunidade dos discípulos/as de Jesus desde sempre. A pergunta sobre quem é o maior no Reino de Deus o demonstra, e a resposta de Jesus quer cortá-la pela raiz. Para ilustrar a virada radical do Reino, Jesus ilustra seu ensino tomando a figura da criança como símbolo.
Aqui, a criança não aponta para a inocência, tão a gosto da modernidade burguesa, mas para sua condição social de fragilidade, insignificância e marginalidade. Para Jesus, elas são o retrato perfeito da comunidade cristã, que nasceu para viver nas margens e ensaiar uma vida alternativa ao judaísmo e ao império romano.
Esse estilo de vida é contra a corrente, precisa ser aprendido e exercitado, pois é exigente. Como as crianças, os discípulos/as de Jesus são preciosos aos seus olhos, são importantes por serem pequenos, e as autoridades cristãs tem o dever de protege-los. Eles/as podem se perder, e se tornar mais frágeis ainda.
O Pai não quer que nenhum deles se perca, e a comunidade deve assumir esse cuidado em nome de Deus. Por sua vez, os discípulos/as devem confiar totalmente na acolhida que o Pai suscita nas pessoas e povos aos quais forem enviados. Não somos grandes ou importantes pela origem, pela riqueza, pela educação, pela profissão, função ou pelo poder que exercemos, mas porque somos filhos/as amados/as do Pai e portadores/as do tesouro do Reino.
 (Itacir Brassiani msf)

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