Dia 08
de Agosto | Sábado | 18ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Mateus (17,14-20)
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício
para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser
feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais.
Basta combinar com os amigos a mídia, a forma e o horário.
Em tempos de restrições à convivência e movimentação social,
imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos mas que é necessária, por
respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante é um modo de ir
além da simples assistência de celebrações virtuais e de impedir que este seja um tempo pesado e estéril.
Os textos propostos
e desenvolvidos aqui são aqueles indicados
pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também
escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas
com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.
Que a Palavra de Deus encontre em cada
um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses
tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada
que vivemos em nosso país – produza bons
frutos.
(Missionários da Sagrada
Família
(1)
Coloque-se em atitude de oração
· Escolha um momento
adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha o lugar no
qual você se sinta bem
· Busque uma posição
corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda uma vela e
tome a bíblia em suas mãos
· Tome consciência
de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça silêncio
interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Reze, ouvindo e
repetindo o mantra: Pela Palavra de Deus saberemos por onde andar! Ela é luz e verdade,
precisamos acreditar! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=0S2T8DRwiBM)
(2) Leia o texto da
Palavra de Deus
· Leia com toda a
atenção o texto de Mateus 17,14-20
· Leia o texto em
voz alta (se possível)
· Releia o texto uma
ou mais vezes (se necessário)
· O ensino que Jesus dá hoje aos seus seguidores/as está
situado logo após o episódio da transfiguração
· O foco da cena não é propriamente o exorcismo ou a
cura do jovem epilético mas a pouca fé dos discípulos enviados
· Com uma fé frágil e inoperante, os discípulos tem
dificuldade de fazer algo que, para Jesus, é muito fácil
· Por isso, Jesus desabafa, dizendo que seus discípulos
são iguais ao povo: incrédulos e perversos
· Feche a bíblia e
responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3) Medite a Palavra
de Deus
· Reconstrua o
cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Reconstrua na imaginação a cena da tentativa
fracassada dos discípulos em curar o jovem doente, inseri-lo de novo na
sociedade e conferir-lhe nela um papel
· Visualize e participe da cena em que o pai clama a
Jesus por misericórdia pelo seu filho
· Procure entender a reação bastante dura de Jesus
diante da dificuldade dos discípulos para se entenderem como mediadores da
vontade libertadora de Deus
· Sua fé e a fé da sua comunidade tem força de ação e de
transformação, é capaz de remover a montanha da indiferença, da intolerância e
da exclusão que dominam nossa sociedade?
· Procure perceber: O que
a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
(4) Reze com o texto
lido e meditado
· Tome consciência
de que este texto é Palavra de Deus
· Depois de escutar
atentamente, agora é sua vez de falar
· Não mude de
assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita que o
próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não se preocupe
com raciocínios e frases bem articuladas
· Reze e interceda pelas pessoas que vivem em situações
de limite de suas forças e esperanças
· Peça ao Senhor que aumente sua fé e a faça lúcida e
ativa, capaz de buscar soluções humanas para os problemas humanos
· Acolha a graça e a responsabilidade de ser um/a
mediador/a da vontade curadora e libertadora de Deus no mundo
· Procure perceber o que
a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
(5)
Contemple a vida à luz da Palavra
· Procure contemplar
a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque meios para
colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba o que você
precisa mudar a partir dessa meditação
· O que podemos fazer para ajudar nossos amigos/as a entender
que a fé não é resignação ou teoria, mas força de ação?
· Responda: O que
Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma um
compromisso pessoal de conversão e mudança
(6)
Retorne à vida cotidiana
· Se considerar
conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na
compreensão do texto lido
· Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração desse dia.
· Recite ou cante a
invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
· Ouça e cante o
refrão: Louvarei a Deus, seu nome bendizendo. Louvarei a Deus: à vida nos
conduz! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=PYsPJrMIv7M)
· Apague a vela,
guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
SUBSÍDIO
O episódio do Evangelho que a Igreja propõe para hoje está situado após
a transfiguração de Jesus. É o último exorcismo narrado por Mateus, e seu foco
não é propriamente a cura da epilepsia mas a fragilidade da fé dos discípulos.
Não se sabe se eles haviam se sentido pequenos demais diante da grande missão
que haviam recebido, ou haviam esquecido que eram apenas mediadores.
Um homem anônimo se aproxima respeitosamente de Jesus e implora sua
misericórdia pelo filho que sofre de epilepsia, doença que o coloca
frequentemente em risco de vida. Um detalhe importante é que o homem já havia
buscado ajuda junto aos discípulos, que, de fato, haviam recebido autoridade
para curar (Mt 10,8). Mas algo que era fácil para Jesus parecia impossível aos
discípulos, e eles haviam fracassado na tentativa de curar o rapaz.
A reação de Jesus diante desse fracasso é extremamente dura: fala dos
próprios discípulos como gente fraca na fé e geração perversa, em nada melhores
que a multidão. É possível que o fracasso da ação dos discípulos tenha duas
causas: eles podem ter esquecido que estavam a serviço do Reino de Deus e
quiseram chamar a atenção sobre si mesmos; eles não estavam de acordo com a
reinserção social dos doentes através da cura. Pensam que Deus não tem poder de
mudar a situação através deles.
Advertindo seus discípulos sobre a debilidade de sua fé, Jesus demonstra
que entende a fé como colocar em prática a vontade misericordiosa, vivificadora
e libertadora de Deus. Quem crê de verdade, busca soluções humanas para os
problemas humanos e ajuda Deus a remover montanhas de egoísmo, dominação e
marginalização. Entretanto, os discípulos/as missionários/as não podem esquecer
que não são protagonistas mas apenas mediadores da vontade e do Reino de Deus.
Se não for assim, o fracasso está dado!
(Itacir Brassiani msf)
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