Dia 17
de Agosto | Segunda-feira | 20ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Mateus (19,16-22)
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício
para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser
feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais.
Basta combinar com os amigos a mídia, a forma e o horário.
Em tempos de restrições à convivência e movimentação social,
imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos mas que é necessária, por
respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante é um modo de ir
além da simples assistência de celebrações virtuais e de impedir que este seja um tempo pesado e estéril.
Os textos propostos
e desenvolvidos aqui são aqueles indicados
pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também
escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas
com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.
Que a Palavra de Deus encontre em cada
um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses
tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada
que vivemos em nosso país – produza bons
frutos.
(Missionários da Sagrada
Família
(1)
Coloque-se em atitude de oração
· Escolha um momento
adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha o lugar no
qual você se sinta bem
· Busque uma posição
corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda uma vela e
tome a bíblia em suas mãos
· Tome consciência
de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça silêncio
interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Reze, ouvindo e
repetindo o mantra: Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo mais vos será
acrescentado! Aleluia! Aleluia!! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=TTIzApEAcYw)
(2) Leia o texto da Palavra
de Deus
· Leia com toda a
atenção o texto de Mateus 19,16-22
· Leia o texto em
voz alta (se possível)
· Releia o texto uma
ou mais vezes (se necessário)
· A pequena e frágil comunidade de discípulos/as de
Jesus carrega o tesouro do Reino de Deus em vasos de barro
· Quem quiser ser discípulo/a de Jesus precisa descobrir
o tesouro escondido ou a perola preciosa que o Reino de Deus, e dar tudo o mais
em troca
· Nisso ninguém pode se considerar perfeito e bom,
acabado, pois a simples prática de leis e preceitos não é suficiente
· Como a semente que caiu no meio dos espinhos, o jovem
rico foi sufocado pelo amor aos muitos bens que possuía
· O jovem candidato ao discipulado tropeço na exigência
do desapego e da partilha dos bens com os pobres
· Feche a bíblia e
responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3) Medite a Palavra
de Deus
· Reconstrua o
cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Com que intenções você procura Jesus e a vida cristã?
O desejo de perfeição, de renovação total e profunda é o que move você?
· Como você se avalia em relação aos mandamentos e
preceitos da Igreja? Você os considera suficiente para ser bom, e se acha bom
praticante?
· O que ainda amarra você e o impede de entregar-se
livre e solidário/a na preciosa aventura de criar novos céus e nova terra, com
Jesus e todos/as aqueles/as que o seguem?
· Procure perceber: O que
a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Saboreie interiormente
aquilo que mais ressoa ou atrai você
(4) Reze com o texto
lido e meditado
· Tome consciência
de que este texto é Palavra de Deus
· Acompanhe a cena e participe intensamente dela
· Deixe ressoar e faça seu o pedido daquele jovem praticante
e aparentemente bem intencionado
· Ouça com atenção e repita as palavras que Jesus dirige
a você
· Peça a Jesus a alegre graça de ser como ele, de
despegar-se e partilhar o que você é, sabe e tem por amor
· Depois de escutar
atentamente, agora é sua vez de falar
· Não mude de
assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita que o
próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não se preocupe
com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure perceber o que
a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
(5)
Contemple a vida à luz da Palavra
· Procure contemplar
a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque meios para
colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba o que você
precisa mudar a partir dessa meditação
· Como você, sua família e sua comunidade cristã podem
dar passos mais decididos de conversão e de solidariedade?
· Responda: O que
Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma um
compromisso pessoal de conversão e mudança
(6)
Retorne à vida cotidiana
· Se considerar
conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão
do texto lido
· Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração desse dia.
· Recite ou cante a
invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
· Ouça e cante o
refrão: Jesus, tu és a luz dos olhos meus! Jesus, brilhe esta luz nos passou meus,
seguindo os teus! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=qDB0xTgG7Is)
· Apague a vela,
guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
SUBSÍDIO
Nos últimos dias, vimos meditando sobre trechos no
Evangelho nos quais Jesus nos apresenta o dinamismo inovador e transformador do
reino de Deus nos diversos campos das relações humanas: entre as classes
sociais, no interior das famílias, entre homem e mulher, com Deus e a religião,
etc. Hoje, o foco é a relação com os bens.
O jovem que busca Jesus faz parte da elite
religiosa e econômica de Israel. Tem muitos bens e pratica fielmente os mandamentos.
Está preocupado com o destino e a felicidade individual, trata Jesus como os
mestres da lei o tratavam, mas parece estar no caminho certo e bem intencionado.
Pergunta a Jesus o que deve fazer de bom.
Ele busca um caminho seguro para “possuir” a vida
eterna, e não para deixar-se possuir por ela. Vida eterna equivale a ser
perfeito, ser salvo, entrar no Reino de Deus. Jesus responde sublinhando que
não há nada (coisa) de bom, mas apenas Alguém que é bom, e aponta para o que o profeta
já havia dito (respeitar o direito, amar a felicidade e caminhar humildemente
com Deus (Mq 6,8) e aos mandamentos, enfatizando as relações com os irmãos.
O jovem se considera bom e perfeito escondendo que
os muitos bens que possuía poderiam ser resultado de exploração e roubo. Para
Jesus, a prática dos mandamentos não é suficiente para ser bom, e ao jovem
falta a justiça e solidariedade com os pobres. Trata-se do amor que leva à
partilha e à restituição daquilo que por direito pertence aos necessitados,
condição para seguir Jesus.
O jovem não está disposto a isso, nem a caminhar
com os demais discípulos. É possuído pelos bens, não é livre, não é bom, não
ousa iniciar um caminho de despojamento e conversão. Não é capaz de ver o reino
de Deus como seu único tesouro. A riqueza o sufocou (cf. Mt 13,22).
(Itacir Brassiani)
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