Dia 22
de Agosto | Sábado | Festa de Nossa Senhora Rainha
Evangelho segundo Lucas (1,26-38)
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício
para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser
feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais.
Basta combinar com os amigos a mídia, a forma e o horário.
Em tempos de restrições à convivência e movimentação social,
imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos mas que é necessária, por
respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante é um modo de ir
além da simples assistência de celebrações virtuais e de impedir que este seja um tempo pesado e estéril.
Os textos propostos
e desenvolvidos aqui são aqueles indicados
pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também
escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas
com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.
Que a Palavra de Deus encontre em cada
um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses
tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada
que vivemos em nosso país – produza bons
frutos.
(Missionários da Sagrada
Família
(1)
Coloque-se em atitude de oração
· Escolha um momento
adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha o lugar no
qual você se sinta bem
· Busque uma posição
corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda uma vela e
tome a bíblia em suas mãos
· Tome consciência
de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça silêncio
interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Reze, ouvindo e
repetindo o cântico: Ave, Maria! Ave, Maria! Ave! Ave! Ave, Maria!
(Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=DxLW6ISHXGQ)
(2) Leia o texto da
Palavra de Deus
· Leia com toda a
atenção o texto de Lucas 1,26-38
· Leia o texto em
voz alta (se possível)
· Releia o texto uma
ou mais vezes (se necessário)
· O texto que meditamos é o anúncio da encarnação do
Filho de Deus em Maria de Nazaré
· Trata-se de uma experiência inaudita, pois é a
revelação de Deus a uma mulher, longe do templo, numa região suspeita
· O ponto de partida é a experiência que a jovem Maria
faz de ser amada, querida, interlocutora de um Deus apaixonado pelos seus
filhos e filhas
· Longe do estereótipo da mulher submissa e reclusa no
lar, Maria se mostra profetiza na praça e servidora de um deus que reverte a
organização da sociedade de modo hierárquico
· Mais que rainha, Maria é lúcida ouvinte de Deus,
profetiza e servidora da vida
· Feche a bíblia e
responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3) Medite a Palavra
de Deus
· Reconstrua o
cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Reconstrua a cena, acompanhando Maria na sua experiência
de ser querida, amada e convocada
· Participe com ela nos questionamentos, na escuta das
explicações e na sua resposta generosa e incondicional
· Escute a da saudação do anjo como dirigida hoje a você
· Procure perceber: O que
a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
(4) Reze com o texto
lido e meditado
· Tome consciência
de que este texto é Palavra de Deus
· Faça sua a resposta de Maria ao convite de Deus,
assumindo de forma consciente todas as consequências dessa resposta
· Reze pausadamente a Ave Maria, que recolhe as palavras
do anjo, de Isabel e da experiência histórica dos cristãos
· Depois de escutar
atentamente, agora é sua vez de falar
· Não mude de
assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita que o
próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não se preocupe
com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure perceber o que
a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
(5)
Contemple a vida à luz da Palavra
· Procure contemplar
a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque meios para
colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba o que você
precisa mudar a partir dessa meditação
· O que podemos fazer para recolocar a figura de Maria
no lugar que ela ocupa na história da salvação?
· O que podemos fazer para desfazer as imagens
inadequadas que vêm em Maria uma rainha ou uma pessoa alienada em relação às
lutas da humanidade de ontem e de hoje?
· Responda: O que
Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma um
compromisso pessoal de conversão e mudança
(6)
Retorne à vida cotidiana
· Se considerar
conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na
compreensão do texto lido
· Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração desse dia.
· Recite ou cante a
invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
· Reze, ouvindo e
repetindo o cântico: Imaculada Maria de Deus, coração pobre
acolhendo Jesus! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=ajpDGExuMN4)
· Apague a vela,
guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
SUBSÍDIO
O texto de hoje é escolhido para iluminar a festa Nossa
Senhora Rainha. Trata-se da cena da anunciação, na qual Maria de Nazaré faz a
experiência de ser amada e querida por Deus, e por ele é convidada a acolher,
gerar e educar Aquele que será a encarnação do Amor filial de Deus. Essa
experiência fundante de todas as vocações antecede e confere força e dinamismo
à visita de Maria a Isabel e ao cântico profético que meditamos no domingo
passado.
Diversamente do anúncio do nascimento de João
Batista, a protagonista é uma mulher, e isso é relevante. Não era comum no
judaísmo a revelação de Deus a uma mulher. E ela não era cidadã de Jerusalém
mas de Nazaré, uma região desprezada por sua miscigenação étnica e seu
sincretismo religioso. No centro da cena está a mensagem do anjo.
A saudação “Ave!”, muito apreciada pelos
imperadores, equivale a um solene “bom dia!” ou ao nosso “tudo de bom!” O anjo
acrescenta que Maria é cheia de charme/graça, que Deus está com ela, como se
dizia do monte Sion e de Jerusalém. O convite é um chamamento à alegria
messiânica, pois Deus tomou a irreversível decisão estabelecer seu reino no
mundo. Recordando os laços de José com Davi, o rei ideal, Deus intervirá de
novo em favor do seu povo.
O relato de Lucas nos mostra Maria como uma jovem
mulher atenta e acolhedora à manifestação de Deus, mas, ao mesmo tempo,
reflexiva e questionadora. A resposta à sua pergunta sobre como seria fala da
identidade e da missão de Jesus. O que nela será gerado é fruto da presença
libertadora de Deus (simbolizada na sombra que acompanhou o povo de Israel no
seu êxodo).
Maria emerge como ouvinte atenta e servidora
reflexiva da Palavra de Deus. Tem pouco de rainha e muito da “Maria da
esquina”, da mulher cristã que gera comunidade.
(Itacir Brassiani msf)
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