Dia 21
de Agosto | Sexta-feira | 20ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Mateus (22,34-40)
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício
para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser
feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais.
Basta combinar com os amigos a mídia, a forma e o horário.
Em tempos de restrições à convivência e movimentação social,
imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos mas que é necessária, por
respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante é um modo de ir
além da simples assistência de celebrações virtuais e de impedir que este seja um tempo pesado e estéril.
Os textos propostos
e desenvolvidos aqui são aqueles indicados
pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também
escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas
com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.
Que a Palavra de Deus encontre em cada
um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses
tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada
que vivemos em nosso país – produza bons
frutos.
(Missionários da Sagrada
Família
(1)
Coloque-se em atitude de oração
· Escolha um momento
adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha o lugar no
qual você se sinta bem
· Busque uma posição
corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda uma vela e
tome a bíblia em suas mãos
· Tome consciência
de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça silêncio
interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Reze, ouvindo e
repetindo o mantra: Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo mais vos será
acrescentado! Aleluia! Aleluia!! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=TTIzApEAcYw)
(2) Leia o texto da
Palavra de Deus
· Leia com toda a
atenção o texto de Mateus 22,34-40
· Leia o texto em
voz alta (se possível)
· Releia o texto uma
ou mais vezes (se necessário)
· Depois de uma longa caminhada de ativa compaixão em
benefício do povo e de formação dos, Jesus chega a Jerusalém
· Entra no templo com o chicote na mão e inicia um
confronto duro e implacável com a elite que controla o judaísmo
· Sacerdotes, escribas e fariseus não reconhecem e
contestam a autoridade de Jesus e se aliam para enfrenta-lo e eliminá-lo
· O questionamento narrado no texto de hoje faz parte
dessa estratégia e força Jesus a uma tomada de posição teórica
· A resposta de Jesus focaliza o horizonte unificador e
dinamizador da Lei e dos Profetas: o amor a Deus e ao próximo
· Feche a bíblia e
responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3) Medite a Palavra
de Deus
· Reconstrua o
cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Você tem conseguido levar a sério a centralidade do
amor integral e fiel a Deus e ao próximo no qual está presente como a síntese
da lei e da profecia?
· Você percebe em você e na sua comunidade a tentação de
acentuar exageradamente a obediência a Deus e a moral em detrimento do amor
ativo e compassivo ao próximo?
· Como a Igreja poderia ensinar e explicitar melhor esse
fio vermelho em seu ensino e em sua prática pastoral?
· Procure perceber: O que
a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
(4) Reze com o texto
lido e meditado
· Tome consciência
de que este texto é Palavra de Deus
· Repita palavra por palavra a resposta afirmativa e
provocativa de Jesus, deixando que ressoe profundamente em você
· Abra sua mente e seu coração para que o amor com que
Jesus ama você fecunde sua relação com as pessoas e a natureza
· Peça a Deus a graça de responder aos que desafiam e
contestam sua fé com serenidade e firmeza, como Jesus
· Depois de escutar
atentamente, agora é sua vez de falar
· Não mude de
assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita que o
próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não se preocupe
com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure perceber o que
a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
(5)
Contemple a vida à luz da Palavra
· Procure contemplar
a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque meios para
colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba o que você
precisa mudar a partir dessa meditação
· Como poderíamos ajudar nossa Igreja (catequistas,
diáconos, padres e bispos) a manter de modo claro e forte a primazia do amor em
tudo o que ensina e faz?
· Responda: O que
Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma um
compromisso pessoal de conversão e mudança
(6)
Retorne à vida cotidiana
· Se considerar
conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na
compreensão do texto lido
· Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração desse dia.
· Recite ou cante a
invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
· Ouça e cante o
refrão: Jesus, tu és a luz dos olhos meus! Jesus, brilhe esta luz nos passou
meus, seguindo os teus! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=qDB0xTgG7Is)
· Apague a vela,
guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
SUBSÍDIO
Já dissemos que os capítulos 21 e 22 de Mateus
apresentam o confronto permanente entre Jesus e o reino de Deus com a elite
dirigente do judaísmo e a lógica excludente do templo. Nos trechos omitidos (v.
15-33), Jesus discutira com os saduceus sobre a ressurreição e a legitimidade
do imposto exigido pelo império romano. Com suas respostas e argumentos, Jesus
havia calado a boca dos saduceus.
Mas o silêncio dos saduceus não era vergonha nem
inércia. Eles se aliaram aos fariseus e mestres da lei para colocar Jesus
novamente à prova. Desta vez, provocam Jesus a distinguir entre os mandamentos
aqueles que seriam grandes e relevantes e aqueles que poderiam ser tratados
como secundários. Jesus responde sublinhando a unidade, e não a hierarquização.
As leis da aliança e a perspectiva profética se entrelaçam na prática do amor.
Jesus responde acenando para aquilo que o livro do
Deuteronômio apresenta no capítulo 6: o horizonte e o coração dos mandamentos é
o amor profundo e integral a Deus, inseparável do amor social e cotidiano ao
próximo. Não se trata de atos ocasionais de amor nem de sentimentos, mas de uma
visão social e estrutural que conjuga o amor ao próximo ao amor a Deus, do qual
decorre.
Como havia anunciado no capítulo 5 de Mateus, a Lei
e os Profetas, ou seja, todas as escrituras, dependem disso! Em outras
palavras: o maior e mais importante dos mandamentos é a fidelidade e a
perseverança integral e diária na compaixão ativa, humanizadora e libertadora.
E isso não é um entre outros mandamentos, mas o coração pulsante da inteira
experiência de Deus na história.
Isso constitui o núcleo ou fio de ouro da pregação
de Jesus. Sem esse amor, a fé se torna moralismo e legalismo vazio. É nele que
se revela e sustenta a verdade e a solidez da fé. Nada vem antes nem está acima
disso!
(Itacir Brassiani msf)
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