quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Leitura Orante do Evangelho (21.08.2020)


Dia 21 de Agosto | Sexta-feira | 20ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Mateus (22,34-40)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais. Basta combinar com os amigos a mídia, a forma e o horário.

Em tempos de restrições à convivência e movimentação social, imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos mas que é necessária, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e de impedir que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos e desenvolvidos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada que vivemos em nosso país – produza bons frutos.

(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

(1)   Coloque-se em atitude de oração
·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração
·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem
·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos
·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·      Reze, ouvindo e repetindo o mantra: Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo mais vos será acrescentado! Aleluia! Aleluia!! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=TTIzApEAcYw)

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus
·      Leia com toda a atenção o texto de Mateus 22,34-40
·      Leia o texto em voz alta (se possível)
·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)
·      Depois de uma longa caminhada de ativa compaixão em benefício do povo e de formação dos, Jesus chega a Jerusalém
·      Entra no templo com o chicote na mão e inicia um confronto duro e implacável com a elite que controla o judaísmo
·      Sacerdotes, escribas e fariseus não reconhecem e contestam a autoridade de Jesus e se aliam para enfrenta-lo e eliminá-lo
·      O questionamento narrado no texto de hoje faz parte dessa estratégia e força Jesus a uma tomada de posição teórica
·      A resposta de Jesus focaliza o horizonte unificador e dinamizador da Lei e dos Profetas: o amor a Deus e ao próximo
·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

(3)   Medite a Palavra de Deus
·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
·      Você tem conseguido levar a sério a centralidade do amor integral e fiel a Deus e ao próximo no qual está presente como a síntese da lei e da profecia?
·      Você percebe em você e na sua comunidade a tentação de acentuar exageradamente a obediência a Deus e a moral em detrimento do amor ativo e compassivo ao próximo?
·      Como a Igreja poderia ensinar e explicitar melhor esse fio vermelho em seu ensino e em sua prática pastoral?
·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

(4)   Reze com o texto lido e meditado
·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus
·      Repita palavra por palavra a resposta afirmativa e provocativa de Jesus, deixando que ressoe profundamente em você
·      Abra sua mente e seu coração para que o amor com que Jesus ama você fecunde sua relação com as pessoas e a natureza
·      Peça a Deus a graça de responder aos que desafiam e contestam sua fé com serenidade e firmeza, como Jesus
·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra
·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação
·      Como poderíamos ajudar nossa Igreja (catequistas, diáconos, padres e bispos) a manter de modo claro e forte a primazia do amor em tudo o que ensina e faz?
·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

(6)   Retorne à vida cotidiana
·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido
·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.
·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
·      Ouça e cante o refrão: Jesus, tu és a luz dos olhos meus! Jesus, brilhe esta luz nos passou meus, seguindo os teus! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=qDB0xTgG7Is)
·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

SUBSÍDIO
Já dissemos que os capítulos 21 e 22 de Mateus apresentam o confronto permanente entre Jesus e o reino de Deus com a elite dirigente do judaísmo e a lógica excludente do templo. Nos trechos omitidos (v. 15-33), Jesus discutira com os saduceus sobre a ressurreição e a legitimidade do imposto exigido pelo império romano. Com suas respostas e argumentos, Jesus havia calado a boca dos saduceus.
Mas o silêncio dos saduceus não era vergonha nem inércia. Eles se aliaram aos fariseus e mestres da lei para colocar Jesus novamente à prova. Desta vez, provocam Jesus a distinguir entre os mandamentos aqueles que seriam grandes e relevantes e aqueles que poderiam ser tratados como secundários. Jesus responde sublinhando a unidade, e não a hierarquização. As leis da aliança e a perspectiva profética se entrelaçam na prática do amor.
Jesus responde acenando para aquilo que o livro do Deuteronômio apresenta no capítulo 6: o horizonte e o coração dos mandamentos é o amor profundo e integral a Deus, inseparável do amor social e cotidiano ao próximo. Não se trata de atos ocasionais de amor nem de sentimentos, mas de uma visão social e estrutural que conjuga o amor ao próximo ao amor a Deus, do qual decorre.
Como havia anunciado no capítulo 5 de Mateus, a Lei e os Profetas, ou seja, todas as escrituras, dependem disso! Em outras palavras: o maior e mais importante dos mandamentos é a fidelidade e a perseverança integral e diária na compaixão ativa, humanizadora e libertadora. E isso não é um entre outros mandamentos, mas o coração pulsante da inteira experiência de Deus na história.
Isso constitui o núcleo ou fio de ouro da pregação de Jesus. Sem esse amor, a fé se torna moralismo e legalismo vazio. É nele que se revela e sustenta a verdade e a solidez da fé. Nada vem antes nem está acima disso!
(Itacir Brassiani msf)

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