Dia 18
de Agosto | Terça-feira | 20ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Mateus (19,23-30)
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício
para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser
feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais.
Basta combinar com os amigos a mídia, a forma e o horário.
Em tempos de restrições à convivência e movimentação social,
imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos mas que é necessária, por
respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante é um modo de ir
além da simples assistência de celebrações virtuais e de impedir que este seja um tempo pesado e estéril.
Os textos propostos
e desenvolvidos aqui são aqueles indicados
pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também
escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas
com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.
Que a Palavra de Deus encontre em cada
um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses
tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada
que vivemos em nosso país – produza bons
frutos.
(Missionários da Sagrada
Família
(1)
Coloque-se em atitude de oração
· Escolha um momento
adequado e tranquilo/a para a oração
· Escolha o lugar no
qual você se sinta bem
· Busque uma posição
corporal que lhe ajude a concentrar-se
· Acenda uma vela e
tome a bíblia em suas mãos
· Tome consciência
de si mesmo/a e do momento que vivemos
· Faça silêncio
interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
· Reze, ouvindo e
repetindo o mantra: Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo mais vos será
acrescentado! Aleluia! Aleluia!! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=TTIzApEAcYw)
(2) Leia o texto da
Palavra de Deus
· Leia com toda a
atenção o texto de Mateus 19,23-30
· Leia o texto em
voz alta (se possível)
· Releia o texto uma
ou mais vezes (se necessário)
· Quem quiser ser discípulo/a de Jesus precisa descobrir
a preciosidade do Reino de Deus, e deixar tudo o mais por ele
· Nisso ninguém pode se considerar perfeito e bom, pois
a simples prática de leis e preceitos não é suficiente
· Pedro e seus companheiros deram esse passo (embora não
tenham dado os bens aos pobres), mas ainda estão muito preocupados com o que
receberão por isso
· Essa preocupação não cabe, porque o Reino de Deus
inverte a pirâmide social: os primeiros e mais badalados do mundo são os
últimos e os últimos, que não contam, são os primeiros
· Feche a bíblia e
responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?
(3) Medite a Palavra
de Deus
· Reconstrua o
cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
· Há algo que ainda amarra você e o impede de
entregar-se à aventura de criar novos céus e nova terra, sem regatear nada?
· Em que medida você também participa da ideologia que
considera os estudados, ricos e poderosos como abençoados por Deus e os pobres
e frágeis como culpados ou punidos por Deus?
· Qual é o obstáculo faz com que a vida dos cristãos não
tenha hoje grande poder de influência e exerça pouca atração?
· Você já ouviu sermões e catequeses que tentam amenizar
e distorcer a metáfora do camelo e da agulha, dando a entender que é possível
conjugar o apego aos bens com a fé em Jesus?
· Procure perceber: O que
a Palavra de Deus diz a você hoje?
· Saboreie
interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
(4) Reze com o texto
lido e meditado
· Tome consciência
de que este texto é Palavra de Deus
· Acompanhe a cena e participe intensamente dela
· Deixe ressoar em você a afirmação clara e provocativa
de Jesus mediante a metáfora do camelo e da agulha
· Como também você se inchou com seus bens e apegos,
peça a Jesus que aumente o buraco da agulha ou diminua seu tamanho
· Depois de escutar
atentamente, agora é sua vez de falar
· Não mude de
assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
· Permita que o
próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
· Não se preocupe
com raciocínios e frases bem articuladas
· Procure perceber o que
a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?
(5)
Contemple a vida à luz da Palavra
· Procure contemplar
a realidade do mundo com o olhar de Deus
· Busque meios para
colocar em prática o que Deus lhe fala
· Perceba o que você
precisa mudar a partir dessa meditação
· Como podemos desfazer, com sensibilidade e respeito, a
ideia de que os ricos, sabidos e poderosos estão mais perto de Deus?
· Responda: O que
Deus está pedindo que eu mude ou faça?
· Assuma um
compromisso pessoal de conversão e mudança
(6)
Retorne à vida cotidiana
· Se considerar
conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na
compreensão do texto lido
· Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de
oração desse dia.
· Recite ou cante a
invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
· Ouça e cante o
refrão: Jesus, tu és a luz dos olhos meus! Jesus, brilhe esta luz nos passou
meus, seguindo os teus! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=qDB0xTgG7Is)
· Apague a vela,
guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
SUBSÍDIO
Ontem meditamos o instigante episódio do jovem
religioso e rico que se candidatou a discípulo de Jesus. Diante da exigência de
distribuir os bens aos pobres e se colocar a caminho com os demais
discípulos/as, ele voltou atrás, e preferiu ficar com os bens a seguir Jesus.
Essa atitude leva Jesus a sublinhar que o apego aos
bens e a alguns vínculos que dão segurança são entraves à adesão ao Reino de
Deus. A metáfora da agulha e do camelo não deixam dúvidas: que uma pessoa rica
aceite o desafio do Reino de Deus não é apenas difícil mas impossível, a menos
que se desapegue, corrija suas práticas injustas para acumular bens e os
partilhe com os pobres.
Os discípulos ficam assustados com esta afirmação
de Jesus. Eles partilham da ideologia religiosa que considera a riqueza um
sinal da benção divina e os ricos, já socialmente privilegiados, como favorecidos
por Deus. Por isso, pensam que se os ricos não se salvam (não entram no Reino,
não são perfeitos) ninguém poderá se salvar. Mas Jesus crê que a fé sincera
pode produzir mudanças: quem descobre o valor do Reino, arrisca tudo.
Então Pedro, em nome dos demais discípulos, observa
que eles, diferentemente daquele jovem, deixaram tudo e estão seguindo Jesus.
De fato, deixaram a família e os contratos de trabalho de pesca e entraram no
caminho da busca do Reino, embora não tenham distribuído os bens aos pobres.
Eles perguntam que benefício terão.
Jesus responde acenando para o futuro, quando o
Reino de Deus será plenamente realizado. Então aqueles que hoje são colocados
em último lugar serão reconhecidos em sua grandeza, terão influência e atrairão
outros por seu testemunho de vida. Mas sem seguimento radical de Jesus, os que
hoje são badalados podem se ver em último lugar.
(Itacir Brassiani msf)
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