segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Leitura Orante do Evangelho (18.08.2020)


Dia 18 de Agosto | Terça-feira | 20ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Mateus (19,23-30)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais. Basta combinar com os amigos a mídia, a forma e o horário.

Em tempos de restrições à convivência e movimentação social, imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos mas que é necessária, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e de impedir que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos e desenvolvidos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada que vivemos em nosso país – produza bons frutos.

(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

(1)   Coloque-se em atitude de oração
·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração
·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem
·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos
·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·      Reze, ouvindo e repetindo o mantra: Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo mais vos será acrescentado! Aleluia! Aleluia!! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=TTIzApEAcYw)

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus
·      Leia com toda a atenção o texto de Mateus 19,23-30
·      Leia o texto em voz alta (se possível)
·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)
·      Quem quiser ser discípulo/a de Jesus precisa descobrir a preciosidade do Reino de Deus, e deixar tudo o mais por ele
·      Nisso ninguém pode se considerar perfeito e bom, pois a simples prática de leis e preceitos não é suficiente
·      Pedro e seus companheiros deram esse passo (embora não tenham dado os bens aos pobres), mas ainda estão muito preocupados com o que receberão por isso
·      Essa preocupação não cabe, porque o Reino de Deus inverte a pirâmide social: os primeiros e mais badalados do mundo são os últimos e os últimos, que não contam, são os primeiros
·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

(3)   Medite a Palavra de Deus
·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
·      Há algo que ainda amarra você e o impede de entregar-se à aventura de criar novos céus e nova terra, sem regatear nada?
·      Em que medida você também participa da ideologia que considera os estudados, ricos e poderosos como abençoados por Deus e os pobres e frágeis como culpados ou punidos por Deus?
·      Qual é o obstáculo faz com que a vida dos cristãos não tenha hoje grande poder de influência e exerça pouca atração?
·      Você já ouviu sermões e catequeses que tentam amenizar e distorcer a metáfora do camelo e da agulha, dando a entender que é possível conjugar o apego aos bens com a fé em Jesus?
·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

(4)   Reze com o texto lido e meditado
·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus
·      Acompanhe a cena e participe intensamente dela
·      Deixe ressoar em você a afirmação clara e provocativa de Jesus mediante a metáfora do camelo e da agulha
·      Como também você se inchou com seus bens e apegos, peça a Jesus que aumente o buraco da agulha ou diminua seu tamanho
·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra
·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação
·      Como podemos desfazer, com sensibilidade e respeito, a ideia de que os ricos, sabidos e poderosos estão mais perto de Deus?
·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

(6)   Retorne à vida cotidiana
·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido
·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.
·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
·      Ouça e cante o refrão: Jesus, tu és a luz dos olhos meus! Jesus, brilhe esta luz nos passou meus, seguindo os teus! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=qDB0xTgG7Is)
·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

SUBSÍDIO
Ontem meditamos o instigante episódio do jovem religioso e rico que se candidatou a discípulo de Jesus. Diante da exigência de distribuir os bens aos pobres e se colocar a caminho com os demais discípulos/as, ele voltou atrás, e preferiu ficar com os bens a seguir Jesus.
Essa atitude leva Jesus a sublinhar que o apego aos bens e a alguns vínculos que dão segurança são entraves à adesão ao Reino de Deus. A metáfora da agulha e do camelo não deixam dúvidas: que uma pessoa rica aceite o desafio do Reino de Deus não é apenas difícil mas impossível, a menos que se desapegue, corrija suas práticas injustas para acumular bens e os partilhe com os pobres.
Os discípulos ficam assustados com esta afirmação de Jesus. Eles partilham da ideologia religiosa que considera a riqueza um sinal da benção divina e os ricos, já socialmente privilegiados, como favorecidos por Deus. Por isso, pensam que se os ricos não se salvam (não entram no Reino, não são perfeitos) ninguém poderá se salvar. Mas Jesus crê que a fé sincera pode produzir mudanças: quem descobre o valor do Reino, arrisca tudo.
Então Pedro, em nome dos demais discípulos, observa que eles, diferentemente daquele jovem, deixaram tudo e estão seguindo Jesus. De fato, deixaram a família e os contratos de trabalho de pesca e entraram no caminho da busca do Reino, embora não tenham distribuído os bens aos pobres. Eles perguntam que benefício terão.
Jesus responde acenando para o futuro, quando o Reino de Deus será plenamente realizado. Então aqueles que hoje são colocados em último lugar serão reconhecidos em sua grandeza, terão influência e atrairão outros por seu testemunho de vida. Mas sem seguimento radical de Jesus, os que hoje são badalados podem se ver em último lugar.
 (Itacir Brassiani msf)

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