quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Leitura Orante do Evangelho (07.08.2020)


Dia 07 de Agosto | Sexta-feira | 18ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Mateus (16,24-28)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais. Basta combinar com os amigos a mídia, a forma e o horário.

Em tempos de restrições à convivência e movimentação social, imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos mas que é necessária, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e de impedir que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos e desenvolvidos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada que vivemos em nosso país – produza bons frutos.

(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

(1)   Coloque-se em atitude de oração
·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração
·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem
·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos
·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·      Reze, ouvindo e repetindo o mantra: Pela Palavra de Deus saberemos por onde andar! Ela é luz e verdade, precisamos acreditar! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=0S2T8DRwiBM)

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus
·      Leia com toda a atenção o texto de Mateus 16,24-28
·      Leia o texto em voz alta (se possível)
·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)
·      O ensino que Jesus dá hoje aos seus seguidores/as está situado antes da cena da transfiguração e depois da profissão de fé e dos discípulos em Cesaréia de Filipe e da dificuldade de aceitar o caminho do esvaziamento e da cruz
·      É essa dificuldade dos discípulos com a imagem de messias que justifica essa catequese incisiva e delimitadora de Jesus, e a própria transfiguração
·      Jesus impõe dois pré-requisitos a quem quiser ser seu discípulo/a: negar a si mesmo/a e tomar sua a própria cruz, como ele o fez
·      Pois a lógica do Reino de Deus inverte a forma de ganhar a vida: é dando-a inteiramente, e até perdendo-a que honramos e alcançamos a vida verdadeira
·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

(3)   Medite a Palavra de Deus
·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
·      Retome e repita pausadamente cada expressão e cada afirmação de Jesus aos seus seguidores
·      Compare cada uma dessas afirmações com o seu evangelho e a sua vida como um todo e entenda o sentido
·      O que significa hoje, na situação sanitária e social do Brasil e do mundo, perder ou ganhar a vida no sentido evangélico?
·      Você conhece pessoas que ganharam “um mundo de vantagens” mas perderam o sentido e o gosto da vida?  
·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

(4)   Reze com o texto lido e meditado
·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus
·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
·      Reze e interceda pelas pessoas que fazem escolhas erradas, visando apenas o benefício pessoal ou familiar
·      Reze e agradeça pelas pessoas que fazem escolas coerentes com o evangelho e, pagam um alto preço por isso
·      Renove sua disposição de seguir os passos de Jesus, buscando acima de tudo o Reino de Deus e a sua Justiça
·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra
·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação
·      O que podemos fazer para ajudar nossos amigos/as a levar a sério o Evangelho de Jesus em suas diversas práticas?
·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

(6)   Retorne à vida cotidiana
·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido
·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.
·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
·      Ouça e cante o refrão: Louvarei a Deus, seu nome bendizendo. Louvarei a Deus: à vida nos conduz! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=PYsPJrMIv7M)
·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração
SUBSÍDIO
O texto do evangelho de hoje vem depois da profissão de fé e dos discípulos em Jesus como “o Messias, o Filho do Deus Vivo” e da dificuldade de aceitar o caminho do esvaziamento e da cruz (cf. Mt 16,21-28), e imediatamente antes da cena da Transfiguração (Mt 17,1-13), antecipada na festa de ontem. É essa dificuldade dos discípulos com a imagem de messias que justifica essa catequese incisiva e delimitadora de Jesus, e a própria transfiguração.
Jesus estabelece dois pré-requisitos para quem quiser ser discípulo/a dele: negar a si mesmo, que significa desistir de práticas que impedem o advento do Reino de Deus, abrir mão de projetos pessoais e egoístas, entregar-se inteiramente à vontade do Pai; tomar a própria cruz, ou seja, assumir um estilo de vida que pode provocar humilhação, que comporta marginalização, dor e morte. Em outras palavras: seguir o caminho de vida percorrido por Jesus, sem buscar atalhos facilitadores.
Esta disposição de perder a vida por Jesus e pelo Reino de Deus para entrar na vida verdadeira é uma convocação a se identificar com o destino dos insignificantes e ser tratados como criminosos pelas elites, aceitando o martírio por resistir ao status quo. E isso para não dar a vida pelo império romano, ou “morrer pela pátria e viver sem razões”.
Jesus assegura que a consolidação do Reino de Deus é certa. Mas “ganhar o mundo inteiro” será, para os discípulo/as, sempre uma tentação (cf. Mt 4,8), e querer salvar a própria vida equivale a escolher o caminho mais seguro, o interesse próprio, o silêncio e a submissão por medo da perseguição. E perder a vida para ganhá-la, como Jesus, equivale a não se submeter nem ceder ao medo.
 (Itacir Brassiani msf)

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