Mártires hebreus por ocasião
da peste negra
Entre os anos 1348 e 1350 a
Europa conheceu talvez a mais terrível praga da sua história: a epidemia da peste negra que, segundo os
historiadores, exterminou mais de ¼ da população européia daquele momento.
Depois de uma angustiada
procura das possíveis causas daquele flagelo, a partir de setembro de 1348, não
resistindo às pesadas torturas às quais eram submetidos, alguns hebreus
acabaram confessando falsamente que haviam envenenado fontes, poços d’água e
aquedutos de algumas grandes cidades.
Rapidamente estas ‘confissões’
circularam por todo o continente, deflagrando uma onda antissemita sem
precedentes. Mais de trezentas comunidades foram arrasadas e muitos hebreus
foram massacrados ou expulsos da Europa.
Não obstante a declaração
oficial do Papa Clemente VI, na qual se voltava vigorosamente contra as falsas
acusações dirigidas contra os filhos de Israel, as revoltas populares
condenaram à morte um grande número de hebreus.
O povo hebreu em seu conjunto,
de qualquer modo, era considerado culpado de haver atraído o castigo divino por
causa do ‘deicídio’ cometido pelos seus filhos na condenação de Jesus à morte. Somente
os hebreus da Polônia e da Lituânia escaparam a esta tragédia.
No dia 5 de dezembro de 1349
ocorreu em Nurembergen o último ato de violência antissemita desta triste época:
depois de um tumulto popular, foram massacrados cerca de 500 hebreus, cortados
em pedaços ou queimados vivos em diversos lugares da cidade.
(Comunità
de Bose, Il libro dei testimoni, San Paolo, Milano, 2002, p. 569)
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