quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Mártires hebreus por ocasião da peste negra


Mártires hebreus por ocasião da peste negra

Entre os anos 1348 e 1350 a Europa conheceu talvez a mais terrível praga da sua história: a epidemia da peste negra que, segundo os historiadores, exterminou mais de ¼ da população européia daquele momento.

Depois de uma angustiada procura das possíveis causas daquele flagelo, a partir de setembro de 1348, não resistindo às pesadas torturas às quais eram submetidos, alguns hebreus acabaram confessando falsamente que haviam envenenado fontes, poços d’água e aquedutos de algumas grandes cidades.

Rapidamente estas ‘confissões’ circularam por todo o continente, deflagrando uma onda antissemita sem precedentes. Mais de trezentas comunidades foram arrasadas e muitos hebreus foram massacrados ou expulsos da Europa.

Não obstante a declaração oficial do Papa Clemente VI, na qual se voltava vigorosamente contra as falsas acusações dirigidas contra os filhos de Israel, as revoltas populares condenaram à morte um grande número de hebreus.

O povo hebreu em seu conjunto, de qualquer modo, era considerado culpado de haver atraído o castigo divino por causa do ‘deicídio’ cometido pelos seus filhos na condenação de Jesus à morte. Somente os hebreus da Polônia e da Lituânia escaparam a esta tragédia.

No dia 5 de dezembro de 1349 ocorreu em Nurembergen o último ato de violência antissemita desta triste época: depois de um tumulto popular, foram massacrados cerca de 500 hebreus, cortados em pedaços ou queimados vivos em diversos lugares da cidade.

 (Comunità de Bose, Il libro dei testimoni, San Paolo, Milano, 2002, p. 569)

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