A arte não tem idade
Gregorio de Matos |
No ano de 1633, mais dia, menos dias,
nasceu Gregório de Matos, o poeta que melhor sabia debochar do Brasil Colonial.
Em 1969, em plena ditadura militar, o
comandante da VI Região denunciou seus poemas, que dormiam o sono dos justos
fazia três séculos na Biblioteca da
Secretaria de Cultura da cidade de São Salvador da Bahia, como sendo ‘subversivos’,
e os atirou na fogueira.
Em 1984, num país vizinho, a ditadura
militar do Paraguai proibiu uma peça que ia estrear no teatro Arlequín, por se
tratar de ‘um panfleto contra a ordem, a disciplina, o soldado e a lei’. Fazia vinte
e quatro séculos que a peça, As troianas,
havia sido escrita por Eurípides.
(Eduardo Galeano, Os filhos dos dias, L&PM, 2012,
p. 385)
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