Congresso
Internacional sobre a Igreja nas Américas
A abertura do Congresso na Capela do Espirito Santo |
Hoje, 9 de dezembro, dia em que a Igreja celebra a memória de São Juan
Diego Cuauhtlatoatzin, o índio a quem Nossa Senhora de Guadalupe se manifestou em
Tapeyac, no México, iniciou-se em Roma o Congresso
Internacional Ecclesia in America, promovido pela Pontifícia Comissão para a América Latina. O evento que vai até dia
12, festa de Nossa Senhora de Guadalupe, se propõe a retomar alguns temas do Sínodo sobre a Igreja nas Américas,
realizado há 15 anos (16 de novembro a 12 de dezembro de 1997), à luz do evento
e da mensagem de Nossa Senhora de Guadalupe.
O Congresso foi aberto solenemente com uma celebração eucarística na
Basílica de São Pedro às 18 horas, sob a presidência do Cardeal Marc Ouellet, presidente
da Pontifícia Comissão para a América
Latina. No final da celebração, Bento XVI se fez presente para uma saudação
aos 250 participantes, entre cardeais, bispos, padres, religiosos, embaixadores
e leigos/as. Em seguida, todos foram recepcionados num conquetel servido na
Hall da Aula Paulo VI.
Alguns detalhes da celebração me chamaram a atenção. Em primeiro lugar,
a questão da língua. Embora mais de 80% dos presentes se comunicasse em
espanhol e português, Dom Marc presidiu a missa e fez a homilia em inglês. Assim,
a participação da assembléia foi mínima. Se ao menos fosse em italiano, a
maioria poderia participar. Um segundo aspecto complicado se refere aos
cânticos da celebração: três em inglês, dois em latim e um em espanhol. Nada em
português. O mesmo deverá acontecer nas conferências previstas. A América
Latina vai virando América do Norte...
Bento XVI presente na abertura do Congresso |
A solenidade majestática, a falta de animação ou de um guia para ligar as
partes da celebração, assim como a distância do presidente em relação à assembléia
e a homilia lida sentado, tiraram da celebração todo e qualquer sabor ou
dinamismo latinoamericano. No máximo, foi uma celebração romana para a América
Latina. Chega a ser irônico: Nossa Senhora de Guadalupe se manifesta aos 9 de Dezembro de 1531 falando a língua dos indígenas e pede que eles
comuniquem ao bispo sua vontade. Aqui se exige que os latino-americanos
esqueçam sua língua e é o Papa e os Bispos que dizem o que o povo deve crer,
fazer e obedecer.
Do Brasil vieram três bispos, entre eles Dom Dadeus (de Porto Alegre) e
Dom Leonardo (secretário da CNBB). Estou curioso para ver por quais caminhos e
em que direção seguiremos nos próximos dias. Farei o possível para informar
diariamente, neste espaço, o que acontece.
Itacir Brassiani msf
Nenhum comentário:
Postar um comentário