Durante quatro séculos, a África negra
se especializou na venda de carne humana. De acordo com a divisão internacional
do trabalho, seu destino era produzir escravos para o mercado mundial.
Em 1720, um rei se negou.
Agaja Trudo, rei de Daomé, incendiou os
fortes europeus e arrasou os atracadouros de escravos.
Durante dez anos, aguentou o acosso dos
traficantes e os ataques dos reinos vizinhos.
Mais não conseguiu.
A Europa se negava a lhe vender armas se
ele não pagasse em moeda humana.
(Eduardo Galeano, Os filhos dos dias, L&PM, 2012,
p. 381)
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