Hoje, 15 de dezembro, teria sido o
aniversário de Chico Mendes. Teria sido...
Mas os assassinos da Amazônia matam as
árvores incômodas, e também matam as pessoas incômodas. Pessoas como Chico
Mendes.
Seus pais, escravos por causa das
dívidas, haviam chegado aos seringais vindos do distante deserto do Ceará.
Ele aprendeu a ler aos vinte e quatro
anos.
Na Amazônia, organizou sindicatos e
juntou os solitários, peões escravizados, índios desalojados, contra os
devoradores de terras e seus bandoleiros a soldo, e contra os especialistas do Banco Mundial, que financiam o
envenenamento dos rios e o bombardeio das selvas.
E foi marcado para morrer. Os tiros
entraram pela janela...
(Eduardo Galeano, Os filhos dos dias, L&PM, 2012,
p. 393)
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